dia sem português
desde que aqui estou que, amiúde, alguns dos que são eleitos (?) para representar o povo, as associações, as agremiações, os clubes, as associações, os amigos das associações, os amigos dos primos dos dirigentes das associações, enfim, as associações, vêm com a história da língua para justificar o injustificável: que a justiça aqui do burgo só não anda por causa de uns atrasados mentais que para aqui andam. a esses ilustres representantes juntam-se pessoas com responsabilidade institucional, uma vez por ano, invariavelmente em outubro.
vem isto a propósito do que se passou hoje, no hemiciclo, em que dois senhores reputados, perdão, deputados vieram bater numa senhora que me merece, pelo menos, simpatia. ouvi, ao longe, entre outras coisas que não me apetece qualificar, que não era concebível que os licenciados em direito que apenas dominam o chinês fossem prejudicados à cause de os seus exames de admissão à advocacia serem pontuados por advogados que só dominam a língua portuguesa. apesar de não corresponder totalmente à verdade, tomemos de barato que isso acontece. pois bem, meus caros e exmos. deputados: ainda bem! caso contrário a justiça - e a terra - estaria, salvo raras excepções, pior, bastante pior.
e mais, exmos. deputados, o desenvolvimento e a situação económica em que se encontra este pequeno "principado" e, claro, muitos dos exmos. deputados - como os que hoje botaram faladura - deve-se a termos um sistema jurídico de raiz romano-germânica e ao facto de por cá andarem excelentes juízes, procuradores, funcionários judiciais e outros funcionários públicos, ah, e, claro, advogados - esses, na mente dos exmos. deputados, malfeitores! que não deixam que os pobrezinhos dos licenciados numa universidade ali do cotai sejam admitidos à profissão forense - de língua portuguesa ou que dominam bem o português, muitos deles residentes aqui na terra há bem mais anos do que os exmos. deputados que hoje falaram (juntos, acrecentaria eu). e que vivem cá, ao contrário de vexas. que vêm cá tratar de assuntos importantes, leia-se, hkd, e botar faladura, voltando no final do dia para a vizinha região, onde por acaso até nem há solicitors, foreign lawyers, paralegals, etc. que apenas dominam a língua inglesa.
sugiro que, à semelhança do que acontece com o "dia europeu sem carros", fosse implementado aqui no burgo o "dia sem português". ou, para ser diferente, a "hora sem português". mas não levem a sério esta minha sugestão, caso contrário temo que uma força de capacetes azuis teria de intervir em menos de 10 minutos... a não ser que as raras excepções - onde não podem incluir-se os que dominam a língua de camões - conseguissem aguentar as pontas.
vem isto a propósito do que se passou hoje, no hemiciclo, em que dois senhores reputados, perdão, deputados vieram bater numa senhora que me merece, pelo menos, simpatia. ouvi, ao longe, entre outras coisas que não me apetece qualificar, que não era concebível que os licenciados em direito que apenas dominam o chinês fossem prejudicados à cause de os seus exames de admissão à advocacia serem pontuados por advogados que só dominam a língua portuguesa. apesar de não corresponder totalmente à verdade, tomemos de barato que isso acontece. pois bem, meus caros e exmos. deputados: ainda bem! caso contrário a justiça - e a terra - estaria, salvo raras excepções, pior, bastante pior.
e mais, exmos. deputados, o desenvolvimento e a situação económica em que se encontra este pequeno "principado" e, claro, muitos dos exmos. deputados - como os que hoje botaram faladura - deve-se a termos um sistema jurídico de raiz romano-germânica e ao facto de por cá andarem excelentes juízes, procuradores, funcionários judiciais e outros funcionários públicos, ah, e, claro, advogados - esses, na mente dos exmos. deputados, malfeitores! que não deixam que os pobrezinhos dos licenciados numa universidade ali do cotai sejam admitidos à profissão forense - de língua portuguesa ou que dominam bem o português, muitos deles residentes aqui na terra há bem mais anos do que os exmos. deputados que hoje falaram (juntos, acrecentaria eu). e que vivem cá, ao contrário de vexas. que vêm cá tratar de assuntos importantes, leia-se, hkd, e botar faladura, voltando no final do dia para a vizinha região, onde por acaso até nem há solicitors, foreign lawyers, paralegals, etc. que apenas dominam a língua inglesa.
sugiro que, à semelhança do que acontece com o "dia europeu sem carros", fosse implementado aqui no burgo o "dia sem português". ou, para ser diferente, a "hora sem português". mas não levem a sério esta minha sugestão, caso contrário temo que uma força de capacetes azuis teria de intervir em menos de 10 minutos... a não ser que as raras excepções - onde não podem incluir-se os que dominam a língua de camões - conseguissem aguentar as pontas.
5 Comentários:
somos muito bons e estamos cá para salvar os brutos de si próprios. santiago a sua razão só perde com o excesso.
Mas o portugus não é também lingua oficial?
Brilhantemente escrito. Na mouche. Concordo 101%
Vao dar opiniao
http://www.gov.mo/basiclaw23/public/suggestion.jsf
Agora dizer a "verdade" passou a chamar-se EXCESSO..
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