RTPi.

Ontem fiz uma coisa que já não fazia há muito: ver a RTPi. E a experiência não acrescentou grande coisa ao que já vinha de trás. Durante um programa que contava com João Baião e Serenela Andrade, gravado em directo de Ferreira do Zêzere, aconteceu de tudo um pouco – pelo menos, durante os 15 minutos que estoicamente aguentei. Ao som de Quim Barreiros – que muito apreciei nos meus tempos de universitário -, era um fartote de gente a cantar “o quim 'tá fugido, 'tá fugido, 'tá fugido”. De seguida, uma tipa que nunca antes eu tinha visto e que, ao que percebi, é directora de programação e tem como apelido Banana (apelido que lhe assenta maravilhosamente), invade o ecrã dançando horripilantemente. De vestido preto, abanava-se desajeitadamente enquanto devorava um sorvete de boca aberta para a câmera. De dimensões fartas, tanto pulou que temi que um seio lhe saltasse fora do vestido, notoriamente três números abaixo do indicado. Enfim, um espectáculo confrangedor! Muito prezo a cultura popular e a alegria que daí resulta e que, até certo ponto, marca um pouco da identidade portuguesa; o que critico é a falta de qualidade e de profissionalismo, a ausência de bom-gosto e o culto da boçalidade. Fica a amarga sensação que a RTPi minimiza o seu público alvo, tratando-o como um destinatário desprovido de inteligência ou de sentido crítico. Vou ficar mais uma enorme temporada sem parar por aquelas bandas.