ALA que aqui vou para o Nobel
Hola!
O último livro de António Lobo Antunes (ALA), "Que Cavalos São Aqueles Que Fazem Sombra No Mar", título inspirado numa moda de Natal, alusiva aos Reis Magos, e que foi cantada nos almoços regulares de Quinta-Feira pelo Vitorino e Janita Salomé, já está nas bancas. É o penúltimo antes do “redondo” com que, segundo diz, fechará - ou não - a sua obra publicada.
Segundo ALA, é difícil fazer melhor do que aquilo. Assim, sem as falsas modéstias, que, muitas vezes, ouvimos por aí. ALA, ao decidir ser escritor, fê-lo para ser o melhor, e já proferiu frases curiosas, como esta: "Houve partes de 'Ontem Não te Vi em Babilónia' que me pareciam ditadas [por um anjo]".
Numa outra publicação também recente, e que tive oportunidade de ler num lampejo durante os recentes feriados, por ocasião do Dia Nacional da República Popular da China, João Céu Silva entrevista durante 40 horas o escritor. Aí, encontrei um ALA desconhecido. Despido e genuíno. Assaz provocador. Igual a ele mesmo, critica os pseudo-escritores, cujos livros gravitam pelas prateleiras das livrarias.
Leitura obrigatória para quem quer conhecer a vida, a obra e o modo de pensar e trabalhar do nosso único escritor vivo que, até ver, pode inscrever o seu nome no restrito clube dos vencedores do prémio Nobel da Literatura.
Caramba, se o Saramago ganhou, por que motivo o ALA não pode arrecadá-lo?
A despropósito, mas a propósito de pseudo-escritores/cronistas/fazedores de opinião, lembrei-me de uma trica de há uns anos entre o Vasco Pulido Valente e o Miguel Sousa Tavares - cujo último livro “No teu deserto”, e que, apesar de ser um “quase romance” fica ali entre a fronteira do suficiente e do medíocre – à cause de qualquer coisa passada por estes dias. Talvez a troca de galhardetes entre os Costas, Pinto e Rui, por causa de um tal de Radamel Falcão e do papel dos olheiros? Não me lembro bem. Ou por isso, ou por achar que os jornais, todos os jornais, mesmo os pasquins, devem ser fontes de informação e de opinião séria e não púlpitos privilegiados para os maus fígados e para a vingança pessoal. Até por respeito a quem os compra. Haja Deus, ou Jesus, ou qualquer Outro que satisfaça a vossa religião que ponha cobro ao baixo nível que por aí passeia, incólume, irresponsável e falsamente impoluto. Ah, lembrei-me da razão. Não são os Costas nem os jornais, coitados. Foi o civismo que, infelizmente, não tem nenhum princípio activo que possa comprar-se na farmácia.
Que te vaya bien!
4 Comentários:
Boa informação (quase que estou tentado a ler o ALA) e um final de texto em beleza, caro Quilmes!
Boa posta...sim Senhor!
Infelizmente, uma vez mais, o Nobel já era.
A Alexandra Solnado também diz que escreve livros ditados por Deus. O ALA é mais modesto e fica-se apenas por um anjo.
Se aprecio muito as crónicas do ALA, nunca fui capaz de chegar ao fim de alguns dos livros dele que propus ler. Coisa que me costuma suceder quando o escritor se compraz tanto com a sua prosa que se esquece de contar uma história ou de a tornar sequer perceptível. Defeito meu, certamente, mas que talvez acabe por assomar no júri do Nobel...
NB
Quilmes, estou inclinado a concordar com o NB...
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