terça-feira, março 27, 2007

Desculpas.


O governo Japonês apresentou um pedido de desculpas formais (novamente) pela escravatura sexual perpetrada ou patrocinada pelos japoneses, durante a segunda guerra mundial.

Os actos de contrição deixam-me sempre um pouco atónito, quando menos, vejo-os com desconfiança.

Quando são actos voluntários e individuais, ainda vá; já quando se trata de actos que visam representar a vontade de um colectivo, as dúvidas avolumam-se.

O acto de arrependimento, arrasta consigo a certeza de que se não voltarão a cometer idênticos erros... Será o caso?

Além disso, não creio que nos sintamos verdadeiramente comprometidos com um pedido de desculpas por um acto do qual, em bom rigor, não somos responsáveis pessoais.

Já para não falar da relevância ou importância prática deste tipo de "mea culpa". Às vítimas, de pouco importará (digo eu); pelo que concluo que apenas serve vaidades políticas e lutas diplomáticas...

Abreijos!


P.S.: Sem esquecer que a exigência de um pedido de desculpas por parte da China ou da Coreia, neste particular (como em tantos outros), é anedótica... Principalmente à primeira, falta-lhe estatura moral!

5 Comentários:

Às 4:57 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Engana-se na china nao ha abusos nem trafico de mulheres... Tem toda a legitimidade! ;)

 
Às 4:27 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Caro amigo Vici,
Confesso que estou desapontada com este seu escrito...
Para fazer uma afirmação destas o amigo Vici não está a ter em conta, só a título de exemplo o massacre de Nannquim onde foram torturadas e executadas cerca 300 mil pessoas (as mulheresforam violadas, os homens torturados e muitas crianças enterradas vivas). Estou a nomear apenas um episódio da guerra sino-nipónica. Já pensou no trauma que isso é para um povo?
Neste caso o que se exige é que o Japão peça desculpa aos povos que escravizou sexualmente (vietnamitas, filipinas, chinesas, coreanas, etc)...
No caso da China, povo e Estado não se confundem, até porque como sabe o conceito de povo para os chineses é muito diferente do conceito de povo para os ocidentais. POdemos discuir isso noutra ocasião...
BM

 
Às 4:58 da tarde , Blogger VICI disse...

Cara BM,

Não, de facto não estava a ter em conta o referido massacre, até porque o pedido de desculpas que mencionei tinha outro alcance.

E digo-lhe mais, também para mim os conceitos de povo e estado são diferentes... Será então que o pedido de desculpas do Estado representa o sentimento do povo? Repare, estou a atentar especificamente no Japão. Foi esse o meu ponto de partida.

No entanto, quer queira quer não, o Estado é o representante (tendencialmente) de um povo em determinada época histórica.

Por isso, o que quero deixar claro é que não acredito em desculpas institucionais! Ou se interioriza (o povo) que tal não voltará a suceder ou de pouco me importam os compungidos sentimentos de meia dúzia de gatos no poleiro!

Quanto à referência que fiz à China: há-de convir que não são o Estado com mais autoridade para falar de escravatura sexual...

 
Às 6:47 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Se formos por esse caminho nem as ONGs tem legitimidade para falar no respeito pelos direitos humanos pois são dominadas por países que não os respeitam...
Já para não falar dos comunicados ou relatórios que certos estados fazem sobre outros... "Olha para o que eu digo não olhes para o que faço."
BM

 
Às 7:30 da tarde , Blogger VICI disse...

Bem vistas as coisas, a conversa sobre as ong's dava "pano para mangas"; e quanto a esses relatórios que refere, nem vale a pena comentar... ;)

Afinal, creio que estamos mais de acordo do que seria de pensar à primeira impressão...

 

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