Caster Semenya.
A sul-africana Caster Semenya, vencedora dos 800 metros nos mundiais de Berlim, tem sido notícia em todo o mundo. Isto porque há quem duvide do seu sexo. Ora, devido à sua aparência pouco feminina, há quem defenda que se trata de um caso de hermafroditismo. Se tal se confirmar, a atleta verá a medalha de ouro ser-lhe retirada e será proibida de voltar a correr em provas oficiais. O assunto não é pacífico, mas vejamos: deverá uma mal-formação embrionária impedir a rapariga de voltar a competir? Julgo que não (e que me desculpem as restantes atletas). O conceito de normalidade é muito subjectivo e, não raras vezes, tem sido a antecâmara ou a desculpa para os mais variados atropelos humanos. Aliás, é hoje um dado comprovado que Phelps é possuidor de diversas características que, num sujeito dito normal, seriam apenas anormalidades. Porém, todas somadas, fazem dele imbatível quando entra numa piscina. Alguém se lembrou de pedir a sua desclassificação? Não. Tal como o atleta norte-americano, a sul-africana não se dopou ou cometeu qualquer ilegalidade: a provar-se que sofre de hermafroditismo , apenas nasceu assim (julgo eu, que não sou especialista na coisa e desconheço quem seja). Logo, a meu ver, o conceito de normalidade – repito - não deverá ser usado para afastar a jovem da competição.
Independentemente do que possam pensar sobre a minha opinião acima, há algo que acredito que repugnará todos os que aqui botam os olhos. De facto, o mediatismo, o espectáculo, a selvajaria e as opiniões canalhas de grande parte dos responsáveis pela modalidade são dignas do maior repúdio. A jovem tem sido verdadeiramente humilhada em público. Se entendem que a sul-africana deverá ser sujeita a testes para averiguar a existência de alguma anomalia, façam-no discretamente! O que não podem é achincalhar a jovem de 18 anos, utilizando os jornais para atingir fins despudorados e contra o mais básico respeito pela dignidade humana. A indiana Santhi Soundarajan teve o mesmo tratamento em 2006 e, depois de uma campanha ultrajante movida contra si pelos mesmos de agora, tentou suicidar-se. Os responsáveis pelo atletismo não aprenderam a lição e parecem esquecer-se que há coisas bem mais importantes do que uma medalha. Gente de merda, apetece dizer!
Independentemente do que possam pensar sobre a minha opinião acima, há algo que acredito que repugnará todos os que aqui botam os olhos. De facto, o mediatismo, o espectáculo, a selvajaria e as opiniões canalhas de grande parte dos responsáveis pela modalidade são dignas do maior repúdio. A jovem tem sido verdadeiramente humilhada em público. Se entendem que a sul-africana deverá ser sujeita a testes para averiguar a existência de alguma anomalia, façam-no discretamente! O que não podem é achincalhar a jovem de 18 anos, utilizando os jornais para atingir fins despudorados e contra o mais básico respeito pela dignidade humana. A indiana Santhi Soundarajan teve o mesmo tratamento em 2006 e, depois de uma campanha ultrajante movida contra si pelos mesmos de agora, tentou suicidar-se. Os responsáveis pelo atletismo não aprenderam a lição e parecem esquecer-se que há coisas bem mais importantes do que uma medalha. Gente de merda, apetece dizer!
8 Comentários:
Por esta ordem de ideias o "Bolt" é um "ET"..
Isto leva a crer ser mais um acto de descriminação racial. Se fosse uma atleta Inglesa, Russa etc, não sei se teriam tomado esta atitude!
Acima de tudo é uma falta de respeito questionar este tipo de coisas!Mesmo que venham pedidos de desculpa, nada vai apagar o sofrimento e a humilhação que esta jovem está a passar. Abraço
100% de acordo com o Vici. Abraço
http://desporto.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1397517&idCanal=4753
Leiam e pensem duas vezes antes de dizerem disparates.
Ja tinha lido, anonimo. Uma vez que nao falei, quando muito poderia aconselhar-me a nao escrever disparates. Mas para isso era necessario que eu lhe reconhecesse inteligencia suficiente para sequer ponderar dar-lhe credito. Mas obrigado pela achega.
Cada um engole os sapos que quiser. Eu não disse que o comentário era para o blogger. Um pouco mais de humildade ficava-lhe bem.
O modo como as coisas foram feitas (publicidade) é que não está correcto.Posso até estar de acordo que se façam os testes, mas encontar em atletas do sexo feminino excesso de testosterona já não é novidade. "Deviam lembra-se do caso "Alema Hedi".
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