Imigrações
Hola!
Parece que foi adiada para amanhã a votação da lei sobre a contratação de trabalhadores não-residentes desta terra bonita, mas totalmente descaracterizada e à beira da perda total de identidade que a diferencia(va) de uma qualquer cidade da província de Cantão.
Fui emigrante em alguns países. Aqui, estou só de passagem mas isso não me impede de ter uma visão sobre as atrocidades que um grupo de legisladores iluminados tenta impor a pessoas de trabalho. Bem, não serão todos. Há mandriões e mandrionas. Tenho para comigo que, na sua maioria, chineses, filipinos, malaios, indonésios, nepaleses, fazem pela vida e tentam dar o melhor para serem recompensados no final de cada mês com um soldo cuja maior parte enviam para as suas famílias.
Todos eles têm uma coisa em comum comigo e com quase todos aqueles com quem me dou: nasceram noutras paragens mas, acasos da vida, trouxeram-nos para este pequeno laboratório social que é a pomposa RAEM.
A maior parte, se não 99,9% dos que vão votar a lei, apesar de até poderem ter nascido aqui, são descendentes de migrantes. De Fujian, Portugal, China, Malásia, Tailândia.
Gostava de saber, em consciência (terão?), se alguma vez se puseram na pele dos que agora vêem os seus direitos (terão?) em risco e a sua situação à mercê de novos ricos que só pensam em enriquecer à custa de seres humanos como eles.
A resposta é, quase de certeza, negativa.
A única diferença entre os povos que citei arriba e nós, e aqueles que vão votar a lei, é que tiveram o azar de nascer de uma mãe e de um pai diferentes dos nossos e daqueles que vão votar a lei, e a quem dão quase automaticamente a residência, e em países que, infelizmente, contam pouco para o campeonato da Pataca.
Aqui há dias tive oportunidade de ler, como quem lê um romance, a Lei Básica da Região Administrativa Especial de Macau. Pelo menos no papel vigora o princípio da igualdade entre residentes e não-residentes. Perdoem-me a ignorância, mas não me venham com a história da discriminação positiva e negativa que o princípio encerra.
Daqui desta pequena xafarica, ingenuamente pensando que algum dos senhores deputados tem tempo - o que duvido e compreendo, porquanto têm muito afazeres - para ler estas linhas, reflictam sobre as famílias que emigraram todas para esta terra e que já nem laços têm nos locais que os viram nascer ou onde nasceram os vossos antepassados.
O que aconteceria se alguém dissesse aos que vos trouxeram ao Mundo, há uns anos atrás, que tinham de ir embora e voltar seis meses depois?
Pensaram? Pois, talvez não houvesse deputados para votar.
Que te vaya bien!
Parece que foi adiada para amanhã a votação da lei sobre a contratação de trabalhadores não-residentes desta terra bonita, mas totalmente descaracterizada e à beira da perda total de identidade que a diferencia(va) de uma qualquer cidade da província de Cantão.
Fui emigrante em alguns países. Aqui, estou só de passagem mas isso não me impede de ter uma visão sobre as atrocidades que um grupo de legisladores iluminados tenta impor a pessoas de trabalho. Bem, não serão todos. Há mandriões e mandrionas. Tenho para comigo que, na sua maioria, chineses, filipinos, malaios, indonésios, nepaleses, fazem pela vida e tentam dar o melhor para serem recompensados no final de cada mês com um soldo cuja maior parte enviam para as suas famílias.
Todos eles têm uma coisa em comum comigo e com quase todos aqueles com quem me dou: nasceram noutras paragens mas, acasos da vida, trouxeram-nos para este pequeno laboratório social que é a pomposa RAEM.
A maior parte, se não 99,9% dos que vão votar a lei, apesar de até poderem ter nascido aqui, são descendentes de migrantes. De Fujian, Portugal, China, Malásia, Tailândia.
Gostava de saber, em consciência (terão?), se alguma vez se puseram na pele dos que agora vêem os seus direitos (terão?) em risco e a sua situação à mercê de novos ricos que só pensam em enriquecer à custa de seres humanos como eles.
A resposta é, quase de certeza, negativa.
A única diferença entre os povos que citei arriba e nós, e aqueles que vão votar a lei, é que tiveram o azar de nascer de uma mãe e de um pai diferentes dos nossos e daqueles que vão votar a lei, e a quem dão quase automaticamente a residência, e em países que, infelizmente, contam pouco para o campeonato da Pataca.
Aqui há dias tive oportunidade de ler, como quem lê um romance, a Lei Básica da Região Administrativa Especial de Macau. Pelo menos no papel vigora o princípio da igualdade entre residentes e não-residentes. Perdoem-me a ignorância, mas não me venham com a história da discriminação positiva e negativa que o princípio encerra.
Daqui desta pequena xafarica, ingenuamente pensando que algum dos senhores deputados tem tempo - o que duvido e compreendo, porquanto têm muito afazeres - para ler estas linhas, reflictam sobre as famílias que emigraram todas para esta terra e que já nem laços têm nos locais que os viram nascer ou onde nasceram os vossos antepassados.
O que aconteceria se alguém dissesse aos que vos trouxeram ao Mundo, há uns anos atrás, que tinham de ir embora e voltar seis meses depois?
Pensaram? Pois, talvez não houvesse deputados para votar.
Que te vaya bien!
2 Comentários:
Uma verdadeira vergonha.
Sem dúvida, concordo inteiramente contigo! Incoerência, demagogia e uma pitada de incompetência e falta de sentido de justiça.
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