quarta-feira, fevereiro 24, 2010

FF, outra vez.

Livro recente sobre Gordon Brown, The End of the Party, conta que o primeiro-ministro britânico é colérico. Parece-me um elogio. Generais, patrões, primeiros-ministros - chefes, em geral - não devem ser panhonhas. Gritar, atirar jornais para o chão e dar murros no banco do automóvel (vem no livro) encanta-me mais do que me assusta. Líderes, prefiro esses aos que untuosamente se esfregam as mãos. O unto faz-me logo pensar em margarina para a faca escorregar melhor nas minhas costas. As palavras rudes - ditas com a devida ponderação (os coléricos fazem erros mas acertam mais) - dão-me confiança. Brown não ter xarope nas veias é bom. Mas como ele vive em terra de fleumáticos é natural que se sentisse obrigado a pôr água na fervura - Gordon Brown desmentiu o livro. No entanto, estou preocupado. A BBC diz-me que pessoas que trabalham directamente com o primeiro--ministro telefonaram para a linha aberta para as vítimas de bullying (maus tratos físicos e verbais) no local de trabalho. Se um assessor desses tivesse trabalhado com o truculento Churchill talvez tivéssemos tido um discurso mais curto em 13 de Maio de 1940. Em vez de "sangue, sofrimento, lágrimas e suor", teríamos "água de malvas". Seria mais suave? Seria. Mas teríamos também tido outra História.

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