FF no DN.
Subscrevo inteiramente. Enquanto esta postura de medo se mantiver, os radicais islâmicos são já vencedores.
"A posição das autoridades americanas sobre a mesquita perto das Torres Gémeas tem sido a que deve ser. A liberdade religiosa (e, portanto, a da construção de lugares de culto) é um valor defendido na América. Ela não é a Arábia Saudita, não é de religião única - e ainda bem. Os construtores da mesquita naquele local é que deveriam ter o bom senso de a achar inoportuna. Afinal, milhares de pessoas acabaram de ser mortas em nome do islão, ali, no quarteirão vizinho (foi há nove anos, está na memória dos pais, irmãos e amigos). O imã que está na origem do projecto da mesquita, Feisal Abdul Rauf, homem moderado, deu ontem uma entrevista à cadeia televisiva americana ABC. Disse que cancelar a construção agora enviaria uma mensagem errada ao mundo muçulmano: "A minha maior preocupação com a mudança [do local] é que no mundo muçulmano as manchetes serão: 'Islão foi atacado nos Estados Unidos'." E acrescentou: "E isso também fortalecerá os radicais do mundo muçulmano, e os ajudará a recrutar militantes." O imã Rauf está certo, a não construção iria mesmo irritar os irritadiços. Portanto, vai mesmo ter de se construir, mesmo que a construção irrite também uns quantos. Mas esses não contam. Raramente vi do mundo actual tão boa definição como esta do moderado Rauf: há parte do mundo que espera que lhe passem a mão pelo pêlo e há o resto do mundo para ser refém e calar."
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