De volta a Macau.

Bom ano!

Eis-me de volta a Macau, depois de uma extenuante jornada que, entre viagens de carro, avião e barco, se quedou pelas 26 horas e 30 minutos (mais coisa menos coisa).

Em Portugal: algum frio, futebol inglês na TV (visto que “os nossos” tiveram direito a umas prolongadas férias, os coitados), uma perseguição nunca vista aos fumadores (patrocinada por um inaudito tempo de antena das televisões portuguesas), muitos queixumes sobre a recorrente e já famigerada crise e um patético programa de fim de ano do quarteto “Gato Fedorento” (a anos-luz dos saudosos programas do xô Herman José dos bons velhos tempos, tema ao qual voltarei proximamente).

Enfim, não me vou alongar muito sobre isto, aliás, este ano, quero ver se projecto algo de mais positivo por aqui, ao invés de continuar a dar atenção a alguns temas mais que desgastados. Para começar, cá vai disto:

Cortar o Tempo
Carlos Drummond de Andrade

Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar
no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e
entregar os pontos.

Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra
vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra
diante vai ser diferente.


P.S.: Obrigado Piero pelo poema.