Faísca
Hola!
Depois do que para aqui escrevi ontem, cujos comentários agradeço, hoje começo a contar-vos pequenas histórias que comigo se passaram ao longo destes anos, levantando o véu sobre o que me traz a esta boa terra.
Como qualquer português que se preze, também eu tive um cão chamado Faísca que, a par de Piloto, são os verdadeiros Manuel e Maria da toponímia canídea lusa. Era da raça Brack Alemão com muito nariz para a caça, sobretudo quando íamos aos tordos em terras de bom pão e vinho, perto da Vidigueira.
Como qualquer português que se preze, também eu tive um cão chamado Faísca que, a par de Piloto, são os verdadeiros Manuel e Maria da toponímia canídea lusa. Era da raça Brack Alemão com muito nariz para a caça, sobretudo quando íamos aos tordos em terras de bom pão e vinho, perto da Vidigueira.
Certo dia, o Faísca, não contente com a epopeia de tiros que tinha começado bem cedo, soltou-se do atrelado dos canídeos, enquanto estávamos, eu, meu pai e os camaradas de luta, numa valente patuscada ali no Monte Novo da Ferradura, lugarejo imponente no meio do Baixo Alentejo.
Ao ouvirmos os cães em grande agitação, corremos a ver o que se tinha passado.
Por esta altura, do Faísca, nada.
Na época de caça imediatamente a seguir, voltámos a petiscar na referida aldeia.
Encontrámos o Faísca, gordo, anafado até, numa casa vizinha daquela em que dávamos largas aos dentes e às mandíbulas.
Perante os sinais evidentes de que se tratava do nosso Brack, que se reforçaram quando nos contemplou com uma longa festa, perguntámos ao dono se tinha encontrado o cão. "Diz que sim, compadre. Foi o mê mai novo que encontrou o magano ali nos foros de cima, perto daquela pequena barrage que para lá há."
Depois de muita conversa sobre o faro do pobre diabo, regada com tintos e saboreada com queijos secos e pães caseiros, que só existem na melhor terra do mundo, o Alentejo, lá acedeu a devolver-nos o cão recebendo em troca duas perdizes que o "Tonho Jaquim do Gás" tinha caçado de forma brilhante, com uma Melior Especial Batida 7, arrebatada no concurso da apanha do porco inserida no Torneio de Jogos Tradicionais de Grândola, terra de sua mulher, a "Ti Inácia".
O Faísca ficou eufórico. Chegados a casa, passou a ser o grande sultão do canil e todos lhe obedeciam sem pestanejar, latir ou uivar. Assim se manteve durante quase uma década. Ou terá sido menos? Bem, já não se me alembra.
Quando ele, o Faísca, demonstrava sinais de não mais poder caçar e já pensava na reforma, muitos dos que com ele conviviam e a cujas ordens obedeciam, deixaram de achar piada à figura do canídeo e, uns meses antes da cerimónia oficial de aposentação, revoltaram-se. A partir daí, deixámos de ter mão na cãozoada e foi um ver se te avias!
Que te vaya bien!
Ao ouvirmos os cães em grande agitação, corremos a ver o que se tinha passado.
Por esta altura, do Faísca, nada.
Na época de caça imediatamente a seguir, voltámos a petiscar na referida aldeia.
Encontrámos o Faísca, gordo, anafado até, numa casa vizinha daquela em que dávamos largas aos dentes e às mandíbulas.
Perante os sinais evidentes de que se tratava do nosso Brack, que se reforçaram quando nos contemplou com uma longa festa, perguntámos ao dono se tinha encontrado o cão. "Diz que sim, compadre. Foi o mê mai novo que encontrou o magano ali nos foros de cima, perto daquela pequena barrage que para lá há."
Depois de muita conversa sobre o faro do pobre diabo, regada com tintos e saboreada com queijos secos e pães caseiros, que só existem na melhor terra do mundo, o Alentejo, lá acedeu a devolver-nos o cão recebendo em troca duas perdizes que o "Tonho Jaquim do Gás" tinha caçado de forma brilhante, com uma Melior Especial Batida 7, arrebatada no concurso da apanha do porco inserida no Torneio de Jogos Tradicionais de Grândola, terra de sua mulher, a "Ti Inácia".
O Faísca ficou eufórico. Chegados a casa, passou a ser o grande sultão do canil e todos lhe obedeciam sem pestanejar, latir ou uivar. Assim se manteve durante quase uma década. Ou terá sido menos? Bem, já não se me alembra.
Quando ele, o Faísca, demonstrava sinais de não mais poder caçar e já pensava na reforma, muitos dos que com ele conviviam e a cujas ordens obedeciam, deixaram de achar piada à figura do canídeo e, uns meses antes da cerimónia oficial de aposentação, revoltaram-se. A partir daí, deixámos de ter mão na cãozoada e foi um ver se te avias!
Que te vaya bien!
3 Comentários:
Vivó Faísca!!! ;)
Caro Quilmes, gosto de ouvir as suas histórias..Também tive um cão chamado "Faísca".Abraço para si e para o Vici e um bom fim de semana.
Eu não tive um cão chamado Faísca, mas gostei muito da sua posta. Continue!
Abraço
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial