segunda-feira, maio 16, 2011

Quando vejo as intenções de voto, lembro-me...

O Nevoeiro

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer -
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quere.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a Hora!

Fernando Pessoa

3 Comentários:

Às 5:47 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Caro Vici..agora imagine o dilema de quem tem (ou deve ter) de ir votar...È um pesadelo!

 
Às 5:50 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Não podia ter escolhido melhor "poema" para o tema "intenções de voto". Abraço

 
Às 6:55 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Deviam era desapareçer todos no nevoeiro!!!!!

 

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