camarate, 27 anos
faz hoje 27 anos que caiu um cessna no bairro de angola em camarate.
morreram, entre outros, Francisco Manuel Lumbrales de Sá Carneiro e Adelino Manuel Lopes Amaro da Costa.
apesar de, nessa data, ter apenas 5 anos, lembro-me perfeitamente de ter acompanhado na rtp as cerimónias fúnebres.
considero que esse trágico acontecimento marca o fim de um período em que ainda acreditavamos nos nossos políticos e nas suas ideias.
as teses sobre acidente ou crime multiplicaram-se: as de atentado, nunca chegaram a tribunal; as de acidente, acabariam por vingar, à força, digo eu.
na boa linha do pensamento lusitano, de matriz sebastianista, nado e criado na batalha de alcácer quibir, Sá Carneiro, respeitado por quase todos os quadrantes políticos, ficará para sempre ligado à nossa história.
Paz às suas almas.
4 Comentários:
Bem lembrado!
Recordo que, há uns anos, quando li o livro de Ricardo Sá Fernandes sobre o "acidente" de Camarate, fiquei convencido que teria existido um atentado. Talvez não contra Sá Carneiro, mas provavelmente contra Adelino Amaro da Costa.
Muitas e improfícuas comissões de inquérito depois, nada se esclareceu.
A ter existido um atentado, permancerá para sempre uma enorme dúvida sobre os seus promotores e sobre quais os seus verdadeiros intentos...
Lembro-me de a minha mãe me explicar, pacientemente, que "após a morte do Sá Carneiro (altura em que chorou muito) não valeria mais a pena exercer o direito de voto, acreditar na social democracia, ter esperança no futuro de Portugal, pois homens como aquele não existirão mais". Daí que tenha crescido com um enorme respeito por este Senhor e com muita pena de não ter experimentado essa "esperança e segurança" que ele proporcionava.
Que reste isso..
Paz às suas almas.
Parabéns pelo Post!
Paz às suas almas...
No período que se seguiu ao desastre, tentaram que a tese do acidente vingasse porque havia muita crispação entre direita e esquerda, o país estava muito dividido e havia o receio de que uma tese de atentado pudesse despoletar desordem social ou pior.
Hoje, no entanto, julgo que a maioria dos analistas, para não dizer a maioria dos cidadãos de Portugal, acredita que houve um atentado. Não com motivações políticas internas, mas por gente ligada ao tráfico de armas, que Adelino Amaro da Costa se preparava para denunciar. É por isso que a incapacidade para esclarecer este caso até ao fim permanecerá sempre como uma das maiores vergonhas da justiça portuguesa.
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