quinta-feira, maio 15, 2008

Toma lá, dá cá.

Louvável e, a meu ver, acertada a intervenção de Manuel Alegre em defesa de Mário Soares, ante os vis ataques que têm sido perpetrados pelo Jornal de Angola contra o ex-Presidente. Também sou da opinião que o Estado Português não pode ficar indiferente perante esta inqualificável investida sobre o "bochechas". Mal ou bem (mais mal que bem, diga-se em abono da verdade), estão a vilipendiar o ex-PM e ex-Presidente de Portugal!

Por outro lado, esta polémica arranca-me um sorriso. Um sorriso eivado de sarcasmo, confesso. Há 33 anos atrás, Mário Soares, num assomo de imparcialidade - que lhe não era pedido, nem poderia ser aceite -, recusou-se a negociar a independência de Angola com "movimentos que não tivessem pegado em armas" (risos). A ideia era clara: excluir os inúmeros partidos de portugueses (ou descendentes de Tugas) de Angola que tinham sido fundados após o 25 de Abril de 74. Ao que se conta, Mário Soares não queria ferir a susceptível personalidade angolana. Tratou, por isso, de se demarcar dos brancos colonialistas (sendo que muitos deles não eram colonialistas e nem sequer brancos)...

Em suma, virou costas a quem devia defender, obrigou milhares a uma fuga traumática (embora possa dividir culpas com Otelo e Rosa Coutinho), ofereceu o que não era seu, carrega consigo o espectro de uma guerra fratricida, apoiou um assassino (em troca sabe-se lá do quê, embora se possa especular que a carga transportada no avião abatido pelo MPLA, em que se fazia transportar João Soares, possa ter algo que ver com tão grande amor a Savimbi) e agora vê a malta do Futungo de Belas virar-lhe as costas a ele. Tem graça, este implacável devir da vida...

1 Comentários:

Às 6:41 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Está a pagar pelos erros cometidos!!

 

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