"os fugareiros do macau"
nunca morri de amores por taxistas. exceptuando, claro está, o zé manel e o jorge máximo, a quem aproveito para enviar, desde o oriente, um abraço, saudações e um bem-haja benfiquista, e um que não conheço, mas é como se conhecesse: aquele que o companheiro Ma Si Ka fez questão de me apresentar, com as suas histórias que, caso fossem publicadas, venderiam mais que a literatura de cordel da margarida rebelo pinto. acho que o nome é sousa, não é? "... é adão"!
os "fugas" são o sumo do povo que transportam.
os de lisboa, sempre prontos para um piropo, tentam enganar o bife que chega ao aeroporto, aumentando as corridas (gosto muito da expressão "corrida de taxe") como lhes dá na real gana. ainda assim, desde há alguns anos, que se esforçam por não ter os taxes, carros de praça, ou taxis com ar de baiuca.
os do porto, serão, parece-me, mais sérios, ao contrário dos dirigentes do clube mais representativo da cidade. educados q.b., por vezes com expressões em taxuguês que só eles percebem, demonstram bem a vitalidade da cidade invicta.
na minha terra há só dois ou três que herdaram o negócio de família. o decano, já reformado, chama-se simplesmente "nini" (não lhe conheço outro nome) e ainda hoje - se não tiver morrido - pergunta se preciso que me leve a lisboa. passava os dias sentado no sofá de uma loja do centro histórico da cidade, à espera que um freguês o chamasse, até que lhe retiraram o apetrecho onde assentava a sua estrutura óssea, porque dava má imagem ao afamado estabelecimento comercial.
muitos dos que calcorreiam paris são tugas. quando por lá andava, era muitas vezes surpreendido, depois de pedir a direcção em francês (ou algo parecido com isso), com um: "ah, quer ir par là? mas c'est um embouteillage do...".
os daqui do burgo, são, com raras excepções, porcos, sujos e maus. e, pior do que isso, oportunistas, para não chamar ladrões encartados que não sabem sequer as regras de trânsito e que se aproveitam de um governo passivo - apetece-me dizer outras coisas, mas estamos em período pré-olímpico.
ontem, mais um episódio. cobraram tarifas pornográficas aproveitando-se do ciclone tropical severo que por aqui apareceu.
já não bastava plantarem-se à porta dos casinos, não pararem quando são chamados, meterem uma placa a dizer "em serviço" quando são solicitados, passarem a grande velocidade nas passadeiras, arrotarem e emitirem outros sons que não consigo descrever, falarem incessantemente ao telemóvel, comerem em plena corrida, terem as carripanas a cheirar mal, pouco estimadas e a emitirem mais co2 que a central do pego, e não é que se lembraram que o melhor era cobrarem as suas próprias tarifas, porque o pacóvio do honkiee (cidadão de hong kong) ou dos turistas do outro lado da fronteira, na certa não se importariam. fazem-no com um sentido de impunidade incrível, a poucas semanas de terem um aumento de quase 20% na tarifa base.
clientes de táxi de todo o mundo uni-vos!
ps - quer parecer-me que, sobre esta temática, não ouviremos os "democratas", aukanções e ngkokachunga, visto que estão mais preocupados com a recolha de assinaturas com propósitos xenófobos. ainda bem que se preocupam com os reais problemas da população...
4 Comentários:
À antiga! De fino recorte literário, xô santiago!
E tu que nem andas te "taxe". Olha se andasses... ;)
Abraço!
Grande texto Santiago.
Já agora,o nome do famigerado taxista da Invicta e arredores é Adão.
Muito bom! Mas mesmo muito bom! Subscrevo, imprimo e distribuo pela rua se for preciso!
Santiago, não escreveria melhor!
Pior que um taxista só um taxista que acumula o "cargo" com o de presidente da junta... (esta foi muito estúpida mas é para entrar na "silly season").
"É incomodativo!" ;)
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