quinta-feira, abril 12, 2007

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades...

Este blog assumiu definitivamente contornos de autoritarismo. Muito contra a minha vontade, devo referir. Ontem, um chorrilho de comentários e discussões irreais fez-me tomar a decisão de moderar os comentários. E assim continuará até os meus caros visitantes encontrarem os seus limites.

Nesta esteira de autoritarismo, venho manifestar a minha discordância com o post do meu caro amigo e companheiro de aventuras blogistas, Leocardo (ao menos uma vez teriamos de estar em desacordo)...

Há largos anos, li um livro de Manuel José Homem de Melo. Creio que o livro se chamava "50 anos de observação". Homem de Melo é, indiscutivelmente, um dos maiores democratas que o nosso país conheceu no último século (e desafio a que me contradigam)! A páginas tantas do seu livro, dizia algo do género:"Se o Marques de Pombal tem uma estátua na Av. da Liberdade, um dia Salazar terá uma na Av. da Portugalidade!"

Não venho para aqui fazer a apologia de Salazar ou do Estado Novo! Só alguém que não tenha um mínimo de conhecimento sobre o passado do nosso país o poderia fazer. Houve virtudes (indesmentíveis), mas também muitos atropelos (inaceitáveis). E também já percebi que ainda não se pode ter uma conversa intelectualmente séria e honesta sobre o tema...

Há quem queira fundar um museu sobre Salazar e sobre o Estado Novo. Muitos se insurgem e dissertam em sentido contrário. Em democracia, se o fizerem respeitosamente, têm todo o direito de manifestar desagrado. Não se pode agradar a todos e ainda bem que há ideias diferentes!

Argumenta-se que Salazar fez mal a muita gente; aventam-se situações de familiares ou de "ouvi dizer"; fala-se de censura e atavismos... Ora, porra! Conhecem algum Estadista que tenha sido de agrado unânime?

Também tenho razões de queixa de alguns pseudo democráticos e heróicos libertadores do "jugo ditatorial" e não ando para aí a fazer campanha para denegrir a imagem dos tipos! E um deles até tem uma fundação...

Acho de extrema baixeza intelectual, moral e humana, impedir a fundação de um museu! Seja de que cariz for! Caso contrário, quem decide os museus que poderemos ter e visitar?

Têm acaso os que sofreram agruras às mãos da polícia política do regime de Salazar o monólio do sofrimento? Têm alguma ligação divina que lhes permita ser donos de uma altaneira superioridade sobre os seus concidadãos?

Amigos, vivam e deixem viver! Não se preocupem com o museu de Santa Comba Dão! O homem já morreu, mas a história não pode nem deve ser branqueada! Venha de lá esse museu, pois então!

Há coisas bem piores no nosso país e que merecem mais atenção do que estes "fait divers"!


Abreijos!

P.S.: Para os que queiram ser rigorosos, devo dizer-vos que o regime de Salazar não era "fascista", mas sim "corporativista"; e que se aproximava mais de uma monarquia absolutista do que do regime de Mussolini ou de Hitler. Claro que muitos dirão ah e tal, isso é tudo a mesma coisa! A esses só posso responder que só estarão habilitados a criticar, depois de saber e compreender, tudo o resto são futilidades!

12 Comentários:

Às 12:37 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

o xô vici arrendeu-se e deixou de censurar... :)))

 
Às 1:13 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

QUEM MANDA?
SALAZAR, SALAZAR, SALAZAR!

QUEM PODE?
SALAZAR, SALAZAR, SALAZAR!

Ass: Bacharel José Sócrates

 
Às 1:14 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Lá vamos cantando e rindo
Levados levados sim
Pela voz do som tremendo
Das tubas clamor sem fim

Lá vamos que o sonho é lindo
Torres e torres erguendo
Clarões, clareiras abrindo
Alva de luz imortal
Que roxas névoas despedaçam
Doiram os céus de Portugal

Querer querer e lá vamos
Tronco em flor estende os ramos
À mocidade que passa

Cale-se a voz que turbada
já de si mesmo, se espanta.
Cesse dos ventos, a infâmia
ante a clara madrugada,
em nossas almas nascida.

E por ti, ó Lusitânia,
corpo de Amor, Terra Santa.
Pátria, serás celebrada
e por nós, serás erguida.
Erguida ao alto da Vida.

Lá vamos, cantando e rindo

António Oliveira (Toni)

 
Às 2:56 da tarde , Blogger VICI disse...

Mais uma vez, acho que não me souberam interpretar... ou se calhar sou eu que já não me consigo explicar... Ando a ficar cansado...

Se pensam que concordo com Mocidades Portuguesas e lavagens cerebrais afins, estão muito enganados!

 
Às 4:30 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Ó antº Oliveira.
essa melodia é minha!!!

Lusito, quase quase chefe de quina

 
Às 4:37 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Os comentadores estão definitivamente determinados em continuar a afundar este blog ... a lição de ontem entrou-lhes por um ouvido e saiu-lhes pelo outro.

Vici, conseguiu explicar-se e bem, tenha calma que isto há-de melhorar.

F

 
Às 5:09 da tarde , Blogger VICI disse...

Obrigado, F! ;)

 
Às 6:35 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Concordo plenamente com o comenário do Vici..gostando ou não ..concordando ou não com Salazar ele faz parte da história..que não se pode apagar..

 
Às 11:53 da tarde , Blogger Leocardo disse...

Concordo que o museu não vai branquear as atrocidades cometidas pelo regime, e é anti-democrático opor-se à abertura de um museu. Mas qual o objectivo de abrir um museu onde estarão expostos os objectos pessoais de Salazar? Que interesse cultural e histórico terá o corta-unhas ou o pente de Salazar? Meio caminho andado para que se torne num mausoleu de Salazar, visitado por neo-fascistas.

Se não há nada de mal em abrir o museu certamente não haverá nada de errado em iniciar uma petição contra a abertura do mesmo. Assina quem quer, e certamente que haverá mais assinaturas do que se tratasse de outro museu qualquer. Depois cabe a quem de direito considerar o museu legítimo ou não.

Compreendo que se faça a analogia ao Marquês de Pombal, que também não era propriamente um santo, e talvez um dia Salazar mereça uma estátua, mas pelo menos não enquanto as feridas do Estado Novo continuarem abertas. Foram milhares que sofreram nas mãos do regime e lutaram para que hoje tenhamos uma democracia (mais ou menos) funcional, e mesmo isso é reconhecido pela direita mais moderada e outra mais ou menos conservadora. Se hoje estamos melhor ou não isso é uma questão de números, mas pelo menos antes não estavamos nada bem.

Obrigado pelo espaço e cordiais cumprimentos bloguistas.

PS: ó Lusito quando é que passa de vez a chefe de quina?

 
Às 10:06 da manhã , Anonymous Anónimo disse...

Lusito, estas é que doem...

 
Às 10:19 da manhã , Blogger VICI disse...

Caro leocardo,

Obrigado pelo seu comentário.

Quanto à primeira parte, coloco as coisas de outra forma: será que o corta-unhas de Salazar ou o seu pente têm uma carga assim tão fascista ou dictatorial que leve pacatos cidadãos a fazerem circular uma petição?

Quanto à segunda parte: como poderá comprovar no texto, referi que em democracia, desde que ordeiramente, todos deverão poder expressar as suas opiniões! Apenas disse que o considerava uma "baixeza intelectual, moral e humana". Já o caro leocardo afirma na sua exposição que considera "anti-democrático opor-se à abertura de um museu". Não o aproximará essa atitude da posição daqueles que pretende criticar?

Em terceiro, a analagia com Marquês de Pombal (como identificado no texto) não é minha. Serve apenas como prova da volatilidade humana. Se Salazar merecerá uma estátua ou não (e aqui concordo consigo), o tempo o dirá, quando as feridas do Estado Novo se fecharem. Acontece que, para já, só se pretende abrir um museu...

[Já agora, deixe que lhe diga (e o Lusito que me desculpe), mas achei a sua ironia sobre o Lusito verdadeiramente deliciosa]

 
Às 4:25 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Meus caros,

Não se pode passar de lusito para comissário da mocidade num ápice. É preciso tempo. Esse tempo virá... Calma meus amigos. Cada um sabe de si e Deus sabe de todos. Quero humildemente continuar Lusito, até que o dia chegue...
abraço a todos,
Viva Portugal
lá vamos cantando e rindo,
Lusito

 

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial