Por Ma Si Ka.
[Esta é uma posta escrita por Ma Si Ka, que entretanto perdeu a password do blogue e me pediu para publicar o texto.]
Há umas décadas atrás era vê-los de estandarte em punho e a gritarem pela tão sufocada liberdade. Queriam exprimir-se livremente, eleger e ser eleitos, queriam acabar com as perseguições políticas e queriam um país mais justo e mais igual. “É proibido proibir” diziam inspirados pela letra de Caetano. Acontece que o mundo mudou e os irreverentes jovens trotskistas tornaram-se políticos instalados. A esquerda radical foi-se tornando cada vez mais caviar e as camisas façonnable substituíram as réplicas dos lenços de Arafat.
Depois de mais de uma década instalado no poder, Louçã decidiu agora retirar-se. Mas, qual arauto da democracia, resolveu “sugerir” a forma de governo que o substituíra na liderança do bloco de esquerda. Tudo isto porque segundo ele, não se pode olhar para os partidos como se fazia no século XIX, esse tempo maldito em que uma organização política tem um (só) líder, vá……, democraticamente eleito pelos seus pares associados.
Vai daí Louçã decide unilateralmente que a liderança do BE tem que passar a ser bicéfala e bisexual, ou seja, tem que ser composta por dois elementos e de sexos diferentes, porque as mulheres, diz ele de uma forma constrangedoramente visionária, também têm o direito de ser dirigentes.
Ora bem meu caro Louça, não sei se já reparaste mas já tivemos em Portugal mulheres a liderar partidos, e vê lá tu, que grandes malucos que nós somos, que essas mulheres até já o fizeram sozinhas, sem nenhuma figura masculina para as apoiar. Fantástico, ein!!!.
Por outro lado, não te esqueças nunca, que é essa coisa de nomear, sugerir, aconselhar, NÃO ELEGER DEMOCRATICAMENTE sucessores, é coisa de regime totalitário do qual tu estás certamente distanciado. Por isso, deixa-te de tiques autoritários porque senão um dia aqueles moços das rastas ainda te ocupam a casa da Lapa.