MACA(U)quices
Sobre Macau e não só ...
quarta-feira, dezembro 23, 2009
terça-feira, dezembro 22, 2009
segunda-feira, dezembro 21, 2009
domingo, dezembro 20, 2009
sábado, dezembro 19, 2009
sexta-feira, dezembro 18, 2009
quinta-feira, dezembro 17, 2009
quarta-feira, dezembro 16, 2009
terça-feira, dezembro 15, 2009
segunda-feira, dezembro 14, 2009
sábado, dezembro 12, 2009
Obama.
A opinião pública mundial mostra-se chocada com o discurso de Obama em Oslo (apelidado na imprensa estrangeira como “Discurso da Guerra”). Ora, creio que Obama apenas foi honesto e corajoso. Para além de prematuro, foi um enorme risco atrbuir o Nobel da Paz ao presidente em exercício de um dos mais poderosos – e odiados - países do mundo. Obama apenas deixou claro que tal distinção não o impedirá (nem tal lhe poderia ser exigido!) de utilizar todos os meios ao seu dispor para defender o país que o elegeu. Foi coerente e verdadeiro. Não pretendeu agradar e foi inequívoco nos seus propósitos. Continua a ser um político diferente.
sexta-feira, dezembro 11, 2009
quinta-feira, dezembro 10, 2009
Eloquência
Apesar de o Avelino Ferreira Torres não estar presente, a verdade é que a coisa aqueceu. É ver a vermelhidão na cara do presidente da comissão e a expressão da ministra com a mão a tapar a cara...foi um fartote.
quarta-feira, dezembro 09, 2009
Mundial 2010.
Ainda não discorri sobre o assunto, mas faço-o hoje: o grupo de Portugal no Mundial é bom. Acima de tudo, porque os jogos desta fase são nas cidades que pretendo visitar. Logo, é bom para mim. Mas, objectivamente, também julgo que são grandes as chances de vencermos o grupo. A Coreia é inferior à nossa selecção, pelo que não podemos deixar de ganhar esse jogo. A Costa do Marfim é bastante complicada, mas também não nos é superior. O Brasil, ao invés, é-nos substancialmente superior: não só porque é uma das melhores selecções do mundo, como também porque é penta campeão mundial. Porém, a sombra de Eusébio e companhia jogam a nosso favor (3-1 em 1966). E mais: Dunga acha que Portugal é o Brasil-B... Ora, se se refere ao facto de termos três naturalizados entre nós, não lhe ligo grande coisa. O Brasil é uma mistura de culturas e corre naquela selecção muito sangue português. Como tal, se a intenção tinha laivos de pureza étnica, a afirmação do seleccionador do Brasil diz mais dele do que da nossa equipa nacional - e, seguramente, não abona a favor da inteligência desse sujeito que ostenta nome de anão de conto de fadas. Se, por outro lado, pretendeu diminuir a qualidade dos três naturalizados que representam Portugal, então não percebe é grande coisa de bola (o que nos pode vir a dar uma ajuda): Pepe teria lugar na selecção do Brasil; Deco, em 2006, foi o médio que lhes faltou. E, quem sabe, talvez seja o levezinho a dar-lhes o arroz. Seria giro: um brasileiro a ensinar a Dunga (descendente de Italianos e Alemães) o que é a alma lusitana. Em Junho saberemos.
quarta-feira, dezembro 02, 2009
FF sobre Messi.
"Messi, Bola de Ouro, o melhor jogador europeu, é pouco. Ele é o melhor do terceiro esférico a contar do Sol. Falo, claro, de futebol. Se for para tornar uma equipa máquina oleada, Iniesta ou Kaká são tão bons. Mas falo de futebol. Futebol é uma ideia pessoal. Uma ideia que todos os garotos a partir dos sete anos têm: "Será que eu?..." E que quase todos os garotos a partir dos 12 perdem: "Afinal, eu não." Mas para os homens em geral são necessários tipos como o Messi - minorca (1,69 m), olhos juntos e perneta (perna direita disfuncional) - para vivermos a ilusão. Se eu tivesse insistido, talvez... Cristiano Ronaldo, vejo as fotos, e sei que aqueles arranques não são para mim. Mas ser Messi estava ao meu alcance. Até lhe conheço (infelizmente, tarde) o truque. Sem perna direita, escolheu seguir a carreira à direita, onde não tem pé direito para centrar. Então, quando com bola, tem de obliquar para o centro povoado de adversários, a arranjar posição para usar a perna boa. Aí, ele, que é holóptico (olhos juntos), vê melhor ao perto que os dicópticos (olhos afastados) jogadores comuns, e guarda melhor a bola consigo. A necessidade aguçou-lhe o engenho. Eu, que ainda tinha maior necessidade (era mau com os dois pés), que grande carreira podia ter tido..."
Jorge Lopes
Hola!
Para quem gosta de desporto e de atletismo em particular, Jorge Lopes era uma referência incontornável.
Era porventura o único comentador desportivo que conseguia cativar o interesse dos espectadores numa maratona de mais de 2 horas.
Finou-se ontem aos 62 anos. Paz à sua alma.
Que te vaya bien!
Para quem gosta de desporto e de atletismo em particular, Jorge Lopes era uma referência incontornável.
Era porventura o único comentador desportivo que conseguia cativar o interesse dos espectadores numa maratona de mais de 2 horas.
Finou-se ontem aos 62 anos. Paz à sua alma.
Que te vaya bien!
terça-feira, dezembro 01, 2009
Inovação
Hola!
"Inovação" é o grande chavão usado pelos políticos e verdadeiros homens do Século XXI.
E serve para todas as áreas. Na verdade, não há homem dedicado às cousas públicas, cimeira internacional, treinador de futebol, ladrilhador da Mota Engil, coveiro, picheleiro, taberneiro, cavaleiro tauromáquico ou até um simples desempregado que não use essa expressão tão cara e vaga:
"O meu mandato terá inovação", anunciou ontem Armando Ornellas, candidato a Presidente da Junta.
"Cimeira Ibero-Americana subordinada ao tema da inovação tecnológica", segundo a Lusta.
"O clube irá utilizar um sistema 4-3-3 que representa uma inovação", Carlos Ponces de Carvalho, à saída do treino na Academia.
"A minha técnica de colocar ladrilhos é o último grito da inovação", retorquiu Manel do Cimento, ladrilhador contratado pela Mota Engil actualmente numa obra em Angola.
"Eu cavo tumbas inovadoras", afirmou o coveiro de Chão de Codes, entrevistado pelo jornal do município.
"Quer inovação, aqui tem os meus pichéis!", disse Zé Manel da Ortiga, picheleiro, de 42 anos, natural de Chaves, respondendo a uma cliente insatisfeita.
"A pinga deste ano foi feita com métodos inovadores", respondeu António Alves no dia da abertura do vinho.
"A quadra de cavalos desta temporada poderá trazer inovação ao toureio", Joaquim Xoninhas citado pelo Burladero.
"Estou desempregado mas frequento um programa inovador que dá pelo nome de rendimento social de inserção", deixou soltar Zequinha à saída do Instituto de Emprego e Formação Profissional, depois de ter recusado mais uma oferta.
Pena é que depois haja umas Honduras que cortem a onda, no caso de uns, e que se venha a provar que inovação é coisa para ficar no papel, no de outros.
Que te vaya bien!
E serve para todas as áreas. Na verdade, não há homem dedicado às cousas públicas, cimeira internacional, treinador de futebol, ladrilhador da Mota Engil, coveiro, picheleiro, taberneiro, cavaleiro tauromáquico ou até um simples desempregado que não use essa expressão tão cara e vaga:
"O meu mandato terá inovação", anunciou ontem Armando Ornellas, candidato a Presidente da Junta.
"Cimeira Ibero-Americana subordinada ao tema da inovação tecnológica", segundo a Lusta.
"O clube irá utilizar um sistema 4-3-3 que representa uma inovação", Carlos Ponces de Carvalho, à saída do treino na Academia.
"A minha técnica de colocar ladrilhos é o último grito da inovação", retorquiu Manel do Cimento, ladrilhador contratado pela Mota Engil actualmente numa obra em Angola.
"Eu cavo tumbas inovadoras", afirmou o coveiro de Chão de Codes, entrevistado pelo jornal do município.
"Quer inovação, aqui tem os meus pichéis!", disse Zé Manel da Ortiga, picheleiro, de 42 anos, natural de Chaves, respondendo a uma cliente insatisfeita.
"A pinga deste ano foi feita com métodos inovadores", respondeu António Alves no dia da abertura do vinho.
"A quadra de cavalos desta temporada poderá trazer inovação ao toureio", Joaquim Xoninhas citado pelo Burladero.
"Estou desempregado mas frequento um programa inovador que dá pelo nome de rendimento social de inserção", deixou soltar Zequinha à saída do Instituto de Emprego e Formação Profissional, depois de ter recusado mais uma oferta.
Pena é que depois haja umas Honduras que cortem a onda, no caso de uns, e que se venha a provar que inovação é coisa para ficar no papel, no de outros.
Que te vaya bien!
MST, n' A Bola.
1«Vicky, Cristina, Barcelona», de 2008, é o pior filme de Woody Allen, um frete comercial pago pelo Ayuntamiento de Barcelona e que ele transformou num pastiche turístico-politicamento correcto sobre a «alma feminina». Tão longe de Manhattan...E Barcelona, essa cidade ressurgida com os Jogos Olímpicos de 1992, nem precisava do frete, porque é, seguramente, uma das três melhores cidades da Europa para se estar e para viver. Por estes dias, Barcelona e a Catalunha vivem em suspenso da decisão do Tribunal Constitucional sobre o novo Estatuto da Catalunha — que, à luz da Constituição Espanhola, só pode ser declarado inconstitucional, porque aquilo é praticamente uma declaração de independência, que faria a inveja de A. J. Jardim. Mas as coisas chegaram a tal ponto, que o próprio Zapatero torce para que o TC não veja o que todos vêem e não ouse afrontar os demónios catalães — mal adormecidos desde que, em 1640, Castela teve de optar entre opor-se à reconquista da independência portuguesa ou enfrentar o autonomismo catalão, e escolheu travar e vencer os revoltosos da Catalunha, deixando Portugal para os Braganças. Não por acaso, as reivindicações autónomas em Espanha estão directamente ligadas à riqueza das regiões: são os ricos do País Basco ou da Catalunha que querem ser independentes do poder fiscal de Madrid, para não terem de pagar impostos a favor dos pobres. Também em Itália, é o norte rico que se quer ver liberto de ter pagar a favor do Mezzogiorno, e em Inglaterra é a Escócia que quer ser independente do Midwest deprimido. A autonomia regional é quase sempre uma revolta dos ricos contra os pobres e contra o Estado central, cuja tarefa fundamental é distribuir a riqueza por todos. É por isso que eu sou ferozmente anti-regionalista, porque não tenho a mais pequena dúvida de que, ao contrário do que imaginam alguns incautos ou oportunistas, a regionalização lançaria Lisboa e o Porto contra todos os outros e ai dos alentejanos ou transmontanos, sem a República a protegê-los!
O que ainda obsta a que a Catalunha se lance num processo sério de independência de Madrid são algumas coisas formais, mas que ganharam força de tradição e acabaram por ser um desafio para os próprios catalães. Uma delas é o futebol: independente de Espanha, o grande e histórico FC Barcelona (o FC Porto de Espanha), ficaria reduzido a disputar um campeonato nacional em que o seu principal e único rival seria o Espanhol de Barcelona — um modestíssimo clube de bairro, que nem o Belenenses. E alguém imagina o grande Barça não enfrentar o Real, o Sevilha, o Valência, e, mesmo assim, conseguir receitas para encher Camp Nou e atrair as televisões do mundo inteiro? De onde viria o dinheiro para pagar a Messi ou a Ibrahimovic? Que glória substituiria a glória de ser campeão de Espanha e ir a Chamartin dar 6-2 ao Real, no inesquecível jogo de consagração do título, como sucedeu na época passada?
Terça-feira, assisti, nas Ramblas, ao orgulho dos catalães, depois de terem dado uma lição de bola ao Inter de José Mourinho, mesmo com Messi e Ibrahimovic no banco, a pouparem-se para o Real. E este domingo, vi, pela televisão, o Camp Nou cheio até deitar por fora, na expectativa de mais uma vitória sobre o eterno rival e inimigo, símbolo da tão odiada Castela. Que a guerra se possa fazer eternamente entre as bancadas de um campo de futebol!
Seis dos dez melhores jogadores do mundo, segundo a lista divulgada no próprio domingo, estiveram em campo no Barça-Real. E, embora não tenha sido um jogo espectacular, foi sempre um jogo jogado ao mais alto nível técnico, com detalhes de jogo só ao alcance dos melhores entre os melhores. O melhor do mundo em título, Cristiano Ronaldo, voltou para jogar este jogo, que não há futebolista no planeta inteiro que não sonhe disputar um dia. E até esteve bem, apesar dos dois golos perdidos, um dos quais quase indesculpável. Do outro lado, e sempre espectacular, esteve o seu anunciado sucessor, Leonel Messi — que há quatro anos aqui saúdo como o melhor jogador da actualidade e que, finalmente, vou ver consagrado como tal pelos «especialistas». Mais vale tarde que nunca!
2Mais do que natural e previsível a derrota do FC Porto com o Chelsea, o destacado líder do campeonato inglês. Se até o Arsenal leva 3-0 em casa do Chelsea, como se pode achar que não seja natural que o FC Porto perca também por 1-0? Mas o resultado podia ter sido melhor, com um pouco mais de sorte e um pouco mais de atenção de Jesualdo Ferreira. Eu até aceito que ele tenha deixado o Hulk no banco (apesar de ser o jogador mais temido pelos ingleses) e aceito que mais tarde, com a necessidade de ganhar — era esse o único objectivo útil do jogo — o tenha posto em campo. Só não percebo é que, para tal, tenha desfeito a consistência defensiva do flanco direito, tirando o Varela e deixando o pobre Sapunaru entregue a si mesmo, quando estava à vista de todos que era por ali que o Chelsea queria chegar ao golo. Bastaram três minutos para que Maluda metesse o desamparado Sapunaru ao bolso e cruzasse para o fatal golo de Anelka, que tudo arrumou.
Também contra o Rio Ave, empatado até nove minutos do fim e com a necessidade imperiosa de ganhar, não ocorreu a Jesualdo tirar antes, por exemplo, o Fernando (que, por acaso, nem anda a jogar nada), recuar o Meireles para «trinco» e o Cristian Rodriguéz para nº 10. Mas aí foi ainda mais incompreensível ver o FC Porto a precisar desesperadamente de marcar e Jesualdo a manter uma estrutura defensiva de quatro elementos mais um trinco... para enfrentar o João Tomás.
Começa a ser enervante ver a lentidão com que o Professor reage ao jogo e se mantém escravo de regras auto-estabelecidas, das quais nunca se afasta, suceda o que suceder. Por exemplo: nunca faz substituições antes de decorridos 60 minutos, mesmo que sejam gritantemente necessárias; e faz sempre substituições a partir dos 60 minutos, mesmo que sejam inúteis e até contraproducentes. E faz sempre as mesmas, seja quem for o adversário, esteja como estiver o jogo: parece um relógio suíço no pulso de um japonês. Ah, mas nem tudo são más notícias: desapareceu o Mariano González e reapareceram o Varela e o Belluschi e assim voltamos, pelo menos, a jogar com onze; e, após quatro penosos anos de malabarismos e rezas estéreis, o Helton foi remetido para a bancada e o Beto conquistou o lugar. É uma imensa lufada de ar fresco, que começa logo nas reposições de bola em jogo: agora temos um guarda-redes que entende que a reposição da bola pode ser uma oportunidade de contra-ataque ou, ao menos, de começar a organizar o jogo logo à saída, e não uma simples oportunidade de um pontapé à toa para a frente, invariavelmente detido pelos adversários, como tão diletantemente fazia Helton. Aos poucos, o professor vai-se deixando de fantasias e rendendo-se ao óbvio. Eu sempre achei que o futebol é muito menos complicado do que nos dizem os «especialistas». Por exemplo: está na cara de qualquer um que o Falcao não faz ideia de como se deve marcar um penalty: em dois falhou dois e ambos falhados por deficiências técnicas evidentes. Quanto tempo irá demorar Jesualdo Ferreira a percebê-lo também?
3O «derby» de Lisboa não foi mal jogado, mas foi um jogo «morto», marcado pela falta de coragem de ambas as equipas: o Sporting porque tinha o terror de perder; o Benfica, bastante melhor equipa e jogadores, porque não teve a ousadia de tentar ganhá-lo. Retenho duas coisas: a declaração pertinente de Jorge Jesus sobre o estado do relvado de Alvalade, que, de facto, é inimigo do bom futebol; e o comportamento inqualificável de alguns adeptos sportinguistas, desmentindo a tão proclamada filosofia do clube de «gentlemen». As claques estão a matar o futebol, como espectáculo para gente normal, quanto mais para simples amantes do jogo. Eu sei, e sempre o disse, que o problema é de todos, mas, aqui em Lisboa, insistem em dizer que não, que os selvagens estão todos a norte. Ah, pois é, mas há quanto tempo não há incidentes no Dragão? E há quanto tempo é que não deixa de os haver nos jogos grandes, na Luz ou em Alvalade?