sexta-feira, abril 27, 2007

Caetano Veloso no seu melhor!

Confesso que tenho pela música de Caetano Veloso uma paixão avassaladora e incontrolável! É assim, há gostos para tudo. É daqueles coisas que um gajo não consegue explicar. E pensar que a princípio nem simpatizava muito com a sua (dele) música...

Bons tempos os da Rua das Flores em Coimbra, quando o único CD que o NB me deixou na velhinha e estóica aparelhagem era do Caetano Veloso. "Tantas vezes vai o cântaro à fonte..."

Tive o grato privilégio de ter assistido a dois concertos deste notável compositor e cantor brasileiro (de ambas as vezes, sempre acompanhado pelo NB) e que recordo com imensa nostalgia.

Músicas como "Leãozinho", Alegria, alegria" ou "Sampa", são mais do que músicas, transportando-me sempre no tempo e dando-me aquela sensação de que tais melodias já são mais minhas do que do autor...

E que dizer das maravilhosas versões e interpretações que fez de "Sozinho", "Paloma" ou até de "Coimbra"...

Com o que eu não contava (e, Caetano, se me estás a ler... Parabéns, pá! Agora ainda gosto mais de ti, meu!), era que aos 65 anos ainda conseguisse uma "coisa" destas...


Esta menina trigueira chama-se Ildi Silva, tem 23 anitos muito bem feitos e, para além dos maravilhosos olhos verdes que exibe na foto, ainda lhes junta isto tudo...


Abreijos!

P.S.: As meninas que frequentam o blogue que me desculpem! Prometo colocar (um dia destes) uma foto de um "pito" jeitoso (aceitam-se sugestões).

P.S.S.: Já agora, não se esqueçam que faço anos na terça-feira... Se por acaso têm alguma "prenda" semelhante... ;)

CONVITE.


Caros leitores do blogue:

Para que entremos nesse emblemático "dia do trabalhador" desde bem cedo, guindando a luta dos explorados ao seu mais alto patamar, vimos, através deste humilde espaço, convidar todos quantos se nos queiram juntar, a comparecer por volta da 1 da madrugada de 1 de Maio no antigo "Russian Bar" (no "New Century")...

Bom, a verdade é que diz que há um tipo que faz anos no dia 1 de Maio e que vai começar a festa na madrugada de terça-feira... Pediu-me que fizesse publicidade e eu, como sempre, acedi!

Apareçam!

Data: Dia 1 de Maio
Hora: 1 da madrugada
Local: Antigo "Russian Bar", no "New Century"


P.S.: Não consegui muitos dos e-mails e/ou números de telefone que desejava, por isso, aqui fica o convite formal...

quinta-feira, abril 26, 2007

Os numeros.

Se há coisa que me irrita são os "donos da verdade"! E então quando a esse defeito de carácter, acumulam uma inusitada capacidade para, através de "clichés" patetas e asininos, cimentarem a "verdade" que mais lhes convém... é insuportável!!!

Isso aconteceu aqui, (um tal de p'un mun ian) num dos comentários colocados no sítio do meu dilecto amigo blogger, Leocardo!

Sem mais delongas, aqui vos deixo 10 factos inarredáveis:

a) No início do século XX, a economia portuguesa era já uma das mais atrasadas da Europa em termos económicos e sociais. Em 1913, o PIB per capita português era cerca de 40% da média dos países da União Europeia a 15;
b) A 1ª República caracterizou-se pela instabilidade política e social: 16 anos, 51 Governos;
c) Este período foi marcado pela 1ª Grande Guerra Mundial e pela instabilidade política e social que se lhe seguiu e que culminaria com a institução de regimes totalitários em muitos países da Europa, com destaque para o regime Nazi, na Alemanha, e Comunista, na Rússia;
d) Entre 1924 e 1930 as principais medidas da política económica em Portugal visaram a estabilização financeira, nomedamente a correcção dos desequilíbrios orçamentais;
e) Entre 1930 e 1950, temos um período de fraco crescimento que terá resultado:

• por um lado, da situação internacional
(Grande Depressão);
• por outro lado, das políticas de estabilização e correcção dos desequilíbrios orçamentais por Oliveira Salazar.
f) Entre 1950 e 1974, ocorreu o “período de ouro”do crescimento da economia portuguesa. Entre 1950 e 1973, o PIB per capita português cresceu a uma taxa média anual de 5,47%;
g) Entre 1950 e 1973, o PIB per capita do Centro da Europa, cresceu a uma taxa anual de 3,55%.;
h) O crescimento da economia portuguesa neste período aparece associado à sua internacionalização;
i) Entre 1950 e 1974, a economia portuguesa reduziu a diferença em 18 pontos percentuais para os países da União Europeia a 15, passando a representar 65% do PIB per capita desses países.
j) Entre 1973 e 1986, o PIB per capita português cresceu a uma taxa média anual de 1,52%. Neste mesmo período, o Centro da Europa cresceu a uma taxa de 2,01%.

quarta-feira, abril 25, 2007

O 25 de Abril e a História


Se alguém quisesse acusar os portugueses de cobardes, destituídos de dignidade ou de qualquer forma de brio, de inconscientes e de rufias, encontraria um bom argumento nos acontecimentos desencadeados pelo 25 de Abril. Na perspectiva de então havia dois problemas principais a resolver com urgência.

Eram eles a descolonização e a liquidação do antigo regime.

Quanto à descolonização havia trunfos para a realizar em boa ordem e com a vantagem para ambas as partes: o exército português não fora batido em campo de batalha; não havia ódio generalizado das populações nativas contra os colonos; os chefes dos movimentos de guerrilha eram em grande parte homens de cultura portuguesa; havia uma doutrina, a exposta no livro Portugal e o Futuro do general Spínola, que tivera a aceitação nacional, e poderia servir de ponto de partida para uma base maleável de negociações.

As possibilidades eram ou um acordo entre as duas partes, ou, no caso de este não se concretizar, uma retirada em boa ordem, isto é, escalonada e honrosa.
Todavia, o acordo não se realizou, e retirada não houve, mas sim uma debandada em pânico, um salve-se-quem-puder. Os militares portugueses, sem nenhum motivo para isso, fugiram como pardais, largando armas e calçado, abandonando os portugueses e africanos que confiavam neles. Foi a maior vergonha de que há memória. Pelo que agora se conhece, este comportamento inesquecível e inqualificável deve-se a duas causas. Uma foi que o PCP, infiltrado no exército, não estava interessado num acordo nem numa retirada em ordem, mas num colapso imediato que fizesse cair esta parte da África na zona soviética. O essencial era não dar tempo de resposta às potências ocidentais. De facto, o que aconteceu nas antigas colónias portuguesas insere-se na estratégia africana da URSS, como os acontecimentos subsequentes vieram mostrar. Outra causa foi a desintegração da hierarquia militar a que a insurreição dos capitães deu início e que o MFA explorou ao máximo, quer por cálculo partidário, quer por demagogia, para recrutar adeptos no interior das Forças Armadas. Era natural que os capitães quisessem voltar depressa para casa. Os agentes do MFA exploraram e deram cobertura ideológica a esse instinto das tripas, justificaram honrosamente a cobardia que se lhe seguiu. Um bando de lebres espantadas recebeu o nome respeitável de «revolucionários». E nisso foram ajudados por homens políticos altamente responsáveis, que lançaram palavras de ordem de capitulação e desmobilização num momento em que era indispensável manter a coesão e o moral do exército para que a retirada em ordem ou o acordo fossem possíveis. A operação militar mais difícil é a retirada; exige em grau elevadíssimo o moral da tropa. Neste caso a tropa foi atraiçoada pelo seu próprio comando e por um certo número de políticos inconscientes ou fanáticos, e em qualquer caso destituídos de sentimento nacional. Não é ao soldadinho que se deve imputar esta fuga vergonhosa, mas dos que desorganizaram conscientemente a cadeia de comando, aos que lançaram palavras de ordem que nas circunstâncias do momento eram puramente criminosas. Isto quanto à descolonização, que na realidade não houve.

O outro problema era da liquidação do regime deposto. Os políticos aceitaram e aplaudiram a insurreição dos capitães, que vinha derrubar um governo, que segundo eles, era um pântano de corrupção e que se mantinha graças ao terror policial: impunha-se, portanto, fazer o seu julgamento, determinar as responsabilidades, discriminar entre o são e o podre, para que a nação pudesse começar uma vida nova. Julgamento dentro das normas justas, segundo um critério rigoroso e valores definidos. Quanto aos escândalos da corrupção, de que tanto se falava, o julgamento simplesmente não foi feito. O povo português ficou sem saber se as acusações que se faziam nos comícios e nos jornais correspondiam a factos ou eram simplesmente atoardas. O princípio da corrupção não foi responsavelmente denunciado, nem na consciência pública se instituiu o seu repúdio. Não admira por isso que alguns homens políticos se sentissem encorajados a seguir pelo mesmo caminho, como se a corrupção impune tivesse tido a consagração oficial. Em qualquer caso já hoje não é possível fazer a condenação dos escândalos do antigo regime, porque outras talvez piores os vieram desculpar. Quanto ao terror policial, estabeleceu-se uma confusão total. Durante longos meses, esperou-se uma lei que permitisse levar a tribunal a PIDE-DGS. Ela chegou, enfim, quando uma parte dos eventuais acusados tinha desaparecido e estabelecia um número surpreendentemente longo de atenuantes, que se aplicavam praticamente a todos os casos. A maior parte dos julgados saiu em liberdade. O público não chegou a saber, claramente; as responsabilidades que cabiam a cada um. Nem os acusadores ficaram livres da suspeita de conluio com os acusados, antes e depois do 25 de Abril. Havia, também, um malefício imputado ao antigo regímen, que era o dos crimes de guerra, cometidos nas operações militares do Ultramar. Sobre isto lançou-se um véu de esquecimento. As Forças Armadas Portuguesas foram alvo de suspeitas que ninguém quis esclarecer e que, por isso, se transformaram em pensamentos recalcados.

Em resumo, não se fez a liquidação do antigo regímen, como não se fez a descolonização. Uns homens substituíram outros, quando os homens não substituíram os mesmos; a um regímen onopartidário substituiu-se um regímen pluripartidário. Mas não se estabeleceu uma fronteira entre o passado e o presente. Os nossos homens públicos contentaram-se com uma figura de retórica: «a longa noite fascista». Com estes começos e fundamentos, falta ao regime que nasceu do 25 de Abril um mínimo de credibilidade moral. A cobardia, a traição, a irresponsabilidade, a confusão, foram as taras que presidiram ao seu parto e, com esses fundamentos, nada é possível edificar.

O actual estado de coisas, em Portugal, nasceu podre nas suas raízes. Herdou todos os podres da anterior; mais a vergonha da deserção. E com este começo tudo foi possível depois, como num exército em debandada: vieram as passagens administrativas, sob capa de democratização do ensino; vieram «saneamentos» oportunistas e iníquios, a substituir o julgamento das responsabilidades; vieram os bandos militares, resultado da traição do comando, no campo das operações; vieram os contrabandistas e os falsificadores de moeda em lugares de confiança política ou administrativa; veio o compadrio quase declarado, nos partidos e no Governo; veio o controlo da Imprensa e da Radiotelevisão, pelo Governo e pelos partidos, depois de se ter declarado a abolição da censura; veio a impossibilidade de se distinguir o interesse geral dos interesses dos grupos de pressão, chamados partidos, a impossibilidade de esclarecer um critério que joeirasse os patriotas e os oportunistas, a verdade e a mentira; veio o considerar-se o endividamento como um meio honesto de viver. Os cravos do 25 de Abril, que muitos, candidamente, tomaram por símbolo de uma primavera, fanaram-se sobre um monte de esterco.

Ao contrário das esperanças de alguns, não se começou vida nova, mas rasgou-se um véu que encubra uma realidade insuportável. Para começar, escreveu-se na nossa história uma página ignominiosa de cobardia e irresponsabilidade, página que, se não for resgatada, anula, por si só todo o heroísmo e altura moral que possa ter havido noutros momentos da nossa história e que nos classifica como um bando de rufias indignos do nome de nação. Está escrita e não pode ser arrancada do livro. É preciso lê-la com lágrimas de raiva e tirar dela as conclusões, por mais que nos custe. Começa por aí o nosso resgate.

Portugal está hipotecado por esse débito moral, enquanto não demonstrar que não é aquilo que o 25 de Abril revelou. As nossas dificuldades presentes, que vão agravar-se no futuro próximo, merecemo-las, moralmente. Mas elas são uma prova e uma oportunidade. Se formos capazes do sacrifício necessário para as superar, então poderemos considerar-nos desipotecados e dignos do nome de povo livre e de nação independente.

António José Saraiva*


*
Para evitar os insuportáveis "clichés" da ordem, saiba-se que o autor era Doutorado em Filologia Românica. Foi membro do Partido Comunista Português. Apoiante do General Humberto Delgado. Perseguido pela PIDE. Exilado em França e na Holanda. Sobre Salazar, disse o seguinte: "Salazar era um homem respeitado e despertava uma admiração universal. Em mim também; mas eu era anti-salazarista por sistema, porque devia ser."

terça-feira, abril 24, 2007

Soltas...

Eusébio e a imprensa - Já foi operado e está em franca convalescença. Boas notícias! O que é absolutamente inconcebível é a forma desabrida como a imprensa Moçambicana tem ignorado a doença do "rei. Mais uma vez, desta feita por intermédio dos seus órgãos de informação, a "elite" moçambicana (risos!) mostra a mesquinhez que não a fará sair do estado de frustração e estigma em que se encontra...

Aveiro
- O SLB provavelmente perdeu o campeonato em Aveiro. Ontem, a "briosa" foi arrancar uma vitória sobre o Beira-Mar, vingou o SLB e terá, definitivamente, alcançado a manutenção na primeira liga portuguesa. Parabéns!

Luciano Amaral
- Vale a pena ler o seu artigo.

Nova lei laboral em Macau
- Depois de ler a entrevista do Director dos Serviços para os Assuntos Laborais, fiquei com a nítida sensação que os trabalhadores em Macau vão ter ainda mais motivos de preocupação... Atente-se em algumas das argumentações do dito Director. Anedótico!

[E amanhã é o 25 de Abril. Já oiço os tambores a ribombar, preparando-se para iniciar a festa. Os ilustres já preparam os smokings e os inflamados e pungentes discursos do costume. Acho que se deveria começar também (à semelhança da prática em Macau relativamente a alguns feriados) a atribuir a qualidade de feriado à véspera de 25 de Abril! Ora, ora, o 25 de Abril seria um feriado(s) "à séria"... E, assim como assim, escusava essa corja política de inventar desculpas para não fazer uma "porra" na época que se aproxima!]

segunda-feira, abril 23, 2007

O rei Eusébio!


As melhoras para Eusébio!

Muito se poderia dizer sobre o homem simples que chegou a Portugal com 18 anos, vindo do bairro da Mafalala. Muito se poderia contar sobre o aproveitamento que dessa simplicidade fizeram os de mau carácter. Muito se poderia dizer sobre o tom jocoso com que por vezes alguns riram (e riem) da sua simplicidade. A tudo isso, Eusébio sempre respondeu com... simplicidade. Aquela que é apanágio dos imortais!

Já todos nós ouvimos comentários do género ah e tal, o Eusébio nos dias de hoje não conseguia jogar à bola, pá! O futebol agora é científico, pá! Hoje em dia há marcações apertadas, pá!...

Pois bem, leiam o comentário que segue e talvez percebam a qualidade e o nível a que se situava Eusébio...


One of the reasons I myself am so interested in Eusebio is because of the type of player he was, his concepts and theories of the game are in evidence right now and his raw pace, power and precision are almost unheard of in the modern game even.

He is one of those players for the ages and most certainly one to put naysayer’s of celebrated older era players in their place. Statistics alone tell you a lot about the kind of player he was.

Even now, in the modern game, try and reel off 10 top class strikers who can run 100m in 10 or so seconds. Remember, he was clocking 11seconds for 100m at 16yrs old, by the time he was a grown man he would have no doubt been faster.

Unfortunately, there were no speed guns to clock how hard and fast a ball travelled when struck in the 60’s, but to estimate the ferocity and velocity of a Eusebio shot we must surely be talking 70-85mph with a ball 3 times heavier then the ones today’s pros get to use, on often shoddy, mud-stricken pitches today’s players wouldn’t dream of playing football on.

The next time you think of Eusebio, remember just why he was called The Black Panther.

sexta-feira, abril 20, 2007

Só porque sim...


A propósito dos comentários no post abaixo, lembrei-me disto...


Vinha cansado de tudo

De tantos caminhos

Tão sem poesia

Tão sem passarinhos

Com medo da vida

Com medo de amar


Quando na tarde vazia

Tão linda no espaço

Eu vi a menina

Que vinha num passo

Cheio de balanço

Caminho do mar


A primeira versão do poema (rejeitado pelos seus próprios criadores, Vinicius de Moraes e Tom Jobim) que viria a dar origem ao célebre "A Garota de Ipanema".


Bom fim-de-semana!

P.S.: Talvez um dia vos conte a história por detrás da foto (e não pensem em ordinarices que não chegam lá)...

Tailândia - parte 7.

E assim chegaram ao fim as férias. Oito dias bem passados e que, essencialmente, serviram para retemperar forças.

As praias de Phuket são magníficas e a companhia do "Budha" e do "Armindo" foram do melhor!

De seguida, muito me agradaria conhecer a Índia, mas requer bastante tempo disponível. Veremos.

Para finalizar esta incursão fotográfica pelas nossas férias na Tailândia, deixo-vos com mais algumas fotos...























Precisa-se de matéria prima para construir um País Eduardo Prado Coelho - in «Público»

''A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres. Agora dizemos que Sócrates não serve. E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada. Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates. O problema está em nós. Nós como povo. Nós como matéria-prima de um país. Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais. Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO. Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos. Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se defrauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos. Pertenço a um país onde a falta de pontualidade é um hábito. Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano. Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos. Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros. Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é "muito chato ter que ler") e não há consciência nem memória política, histórica nem económica. Onde nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar a alguns. Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser "compradas", sem se fazer qualquer exame. Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar. Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão. Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes. Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado. Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas. Não. Não. Não. Já basta. Como "matéria-prima" de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que nosso país precisa. Esses defeitos, essa "CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA" congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não em outra parte... Fico triste. Porque, ainda que Sócrates fosse embora hoje mesmo, o próximo que o suceder terá que continuar trabalhando com a mesma matéria-prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá. Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, e nem serve Sócrates, nem servirá o que vier. Qual é a alternativa? Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror? Aqui falta outra coisa. E enquanto essa "outra coisa" não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados....igualmente abusados! É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda... Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um Messias. Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer. Está muito claro... Somos nós que temos que mudar. Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a nos acontecer: desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e francamente tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez. Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o responsável, não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim, exigir-lhe) que melhore seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido. Sim, decide procurar o responsável e ESTOU SEGURO QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO EM OUTRO LADO. E você, o que pensa?.... MEDITE!''

quinta-feira, abril 19, 2007

Soltas...


Massacre no Estado de Virginia, EUA - Ainda não me debrucei sobre este assunto. Quer porque não tive oportunidade, quer porque nada tinha a acrescentar à revolta e supresa geral. Entretanto, chegou-me ao conhecimento uma personagem de nome Larry Pratt. É um "gun lobbyst", partidário de posições de extrema direita e advoga a supremacia racial. Meus caros, acreditem que o seu site é imperdível! Especialmente a forma como utiliza o massacre para defender a proliferação das armas de fogo. Afinal, como o próprio assevera, se os outros alunos tivessem armas, poderiam ter-se defendido...


Prémio União Latina de Literaturas Românicas - Em Roma, foi anunciado o vencedor da XVII edição deste prémio: António Emílio Leite Couto, o popular escritor Moçambicano mais conhecido por Mia Couto. Não se podia ter encontrado vencedor mais merecedor! Já noutras ocasiões tive oportunidade de elogiar Mia Couto, agora apenas desejo que continue a escrever com a profusão e qualidade que lhe são reconhecidas. Os prémios, esses virão inevitavelmente por acréscimo...


Filho de benfiquista - Aquele que será, s.m.o., o melhor médio português dos próximos anos, marcou dois golos e apurou o SCP para a final da taça de Portugal. E pensar que o pai foi jogador do SLB... Sou só eu a desejar que João Moutinho equipasse de vermelho e de águia ao peito?

Abreijos!

quarta-feira, abril 18, 2007

Tailândia - Parte 6.

Tal como pedido por "certos e determinados" leitores do blogue, deixo-vos com algumas fotografias de uma das saídas à noite em Phuket.

Na primeira foto, o "Armindo" e o "Budha" continuando a sua saga das espetadas na piscina do hotel (reparem no bronze).


Terminada a refeição, encontrámos mais três heróicos turistas e partimos noite dentro...


Porque o Tuk-Tuk era caro, decidimos alugar um carro. Aqui, o "Armindo" a posar junto do "nosso" Suzuki.


Difícil mesmo foi encontrar uma bomba de gasolina. E, quando encontrámos, deparou-se-nos uma tecnologia no mínimo curiosa...






Em seguida, fomos dar uma volta pelos bares de Phuket. Supresa (ou nem por isso), os bares estavam pejados de "Lady Boys"...








A malta não ficou muito agradada com o espectáculo! Vai daí, o "Armindo, sob as doutas indicações do "Budha" (à esquerda da imagem), decidiu tomar as rédeas do "show"...


O público presente na discoteca ficou ao rubro...


Aqui, uma foto de três resistentes a sair da disco.


Pensei muito sobre que comentários fazer relativamente às fotos seguintes... Acho que o melhor é deixar para vocês... ;)













Até amanhã!

terça-feira, abril 17, 2007

Para rir...


O Churchil não tinha canudo
O John Major também não
O Jerónimo de Sousa é metalúrgico
O Zé Socas é aldrabão

Se queres fazer uma casa
Um arquitecto deves procurar
Se queres construir um palheiro
Com o Socas podes tratar

Queixava-se o povo do Santana
Achava-o maluco e incompetente
Agora apanhamos o Socas
Que "tirou o curso" na Independente

Anda um gajo a queimar as pestanas
Anos a fio no ensino estatal
O Zé Socas que é um gajo ocupado
Fez tudo numa manhã dominical...

Tailândia - parte 5.

Ficou para trás Banguecoque, eis que chegámos a Phuket. Como anteriormente referi, não foi a capital da Tailândia um dos locais que mais me deixou saudades... Enfim, talvez lá volte. A ver vamos...

Em baixo, uma fotografia da entrada do hotel em Phuket.
Devo dizer que fiquei muito agradado com o hotel. Depois de deixarmos as malas no quarto, partimos à procura de um local para comer qualquer coisa. E nada mau o que encontrámos! Um tardio mas repleto pequeno-almoço.

Na foto, o "Budha" e o "Armindo" à espera da paparoca.

Depois do pequeno-almoço, os meu companheiros de viagem foram tomar uma banhoca à praia e, depois, à hora de maior calor, foram dormir uma sesta.

Pela minha parte, continuei pela praia, dei umas voltas e tirei umas fotos.

As fotos de baixo pareceram-me algo curiosas. De facto, as fotografias foram tiradas à entrada da praia e, a não ser que o aviso de Tsunami seja atempado, não me parece que estas placas sirvam de grande ajuda...



A praia, por volta das 2 da tarde, estava quase só por minha conta...


Um barco que pareceu interessante...


Um "tiro" ao pássaro...

[Uma inflexão para dizer que, se ainda não adivinharam, os meus caros e fraternos amigos ainda dormiam, o que me levava a actos desesperados fruto da solidão açambarcadora que me invadia, ou seja, até aos pássaros andei a tirar fotos.]


Entretanto, os meus dilectos companheiros voltaram do hotel. Como estavam cansados de dormir (tal qual bons Alentejanos), resolveram descansar um pouquinho...


Voltei à carga fotográfica... Desta vez, deparei-me com uns preparativos para um casamento que iria decorrer na praia.


O resto do dia foi passado a apanhar sol e mergulhar nas cálidas águas desta magnífica praia.

Ao cair da tarde, ainda consegui uma fotografia do pôr-do-sol.


Resultado de tanta fotografia à hora do pico solar: fiquei com um valente escaldão que me deu um tom de camarão e uma irritante sensação de ardor. Como soí dizer-se, ri melhor quem ri no fim... Tanto andei a maldizer a sesta dos meus compinchas, que, após 5 horas debaixo de um sol abrasador, esperava-me uma noite muito complicada...

[Entretanto, eis que chegavam a Phuket mais três "rapazotes" para ajudar à festa... As fotos ficam para amanhã!]

Abreijos!

segunda-feira, abril 16, 2007

Vencedor do World Press Cartoon


Do Indonésio Tommy Thomdean.

Boa semana!

sexta-feira, abril 13, 2007

Tailândia - parte 4.

No nosso último dia antes de rumar a Phuket, optámos por ir numa excursão a Kanchanaburi.

O nome parecerá estranho, mas já vos soará a algo de familiar se vos mencionar a ponte sobre o rio Kwai (sim, a tal que inspirou o épico com William Holden).

Foi precisamente neste local que muitos prisioneiros de guerra perderam a vida às mãos dos ocupantes Japoneses, aquando da construção da ponte que permitiria a ligação ferroviária Burma-Sião ("death railway").












Em baixo, o cemitério onde repousam muitos dos que não resistiram aos rigores do cativeiro e dos trabalhos forçados.












A célebre ponte...












Em seguida, estava reservada uma viagem de 45 minutos sobre a linha ferroviária que se estende ao longo e por sobre o rio Kwai.




Depois de uma manhã atarefada, dirigiram-nos para o local da foto abaixo, onde pudemos saborear uma refeição bastante agradável.

De estômago composto, tivemos oportunidade de fazer um pequeno rafting no rio. Em baixo, o "Armindo" a dar umas braçadas.


Afastado o rafting, indicaram-nos umas cascatas, onde encontrámos inúmeras pessoas provenientes dos mais variados pontos do globo. Na última fotografia, umas simpáticas Tailandesas.














Antes que o dia acabasse e tivessemos de rumar a Banguecoque, ainda houve tempo para um passeio de elefante (nunca mais me meto noutra destas)...



Com o cansaço a fazer mossa, voltámos a Banguecoque, dormimos umas horas e partimos para Phuket.


Abreijos!