sexta-feira, fevereiro 26, 2010

Os estudantes de hoje.

Parece que há mais um caso polémico relativo às praxes académicas. Desta vez, os queixosos são os estudantes do pólo flaviense da UTAD. O Correio da Manhã, esse líder da consciência popular, escreve a bold: “Alunos obrigados a praxe violenta”. Curioso, fui ler a notícia. Não me desiludi. Aliás, fiquei siderado com a pungência dos relatos dos estudantes, nomeadamente aquele que dá conta da “violência de nos obrigarem [a eles] a andar de bar em bar até às quatro, cinco e seis da manhã". Só não chorei porque se diz por aí que isso é coisa de panilas - e, se aqueles caloiros suportam a suprema humilhação de serem forçados a beber um tinto transmontano, também eu devo ser forte . Porém, logo assomou à minha mente a imagem de meia-dúzia de caloiros a beber uns canecos com os padrinhos às tantas da manhã, e uma lágrima marota bailou-me nos olhos. É inaudito. Vai-se a ver e nem sequer deixam os infelizes caloiros pagar a conta. Isso não se faz! No meu tempo havia mais respeito.

quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Fotografia.


Uma bela fotografia, retirada daqui.

Os tugas

(Recebida por correio electrónico)

Numa ilha maravilhosa e deserta no meio do imenso oceano, após um terrível
naufrágio, encontram-se as seguintes pessoas:

- dois italianos e uma italiana;

- dois franceses e uma francesa;

- dois alemães e uma alemã;

- dois gregos e uma grega;

- dois ingleses e uma inglesa;

- dois búlgaros e uma búlgara;

- dois japoneses e uma japonesa;

- dois chineses e uma chinesa;

- dois americanos e uma americana

- dois irlandeses e uma irlandesa;

- dois portugueses e uma portuguesa;

Passado um mês, nesta ilha absolutamente paradisíaca, no meio do nada, a
situação era a seguinte:

- Um dos italianos matou o outro por causa da italiana;

- Os dois franceses e a francesa vivem felizes juntos num ménage-a-trois;

- Os dois alemães marcaram um horário rigoroso de visitas alternadas à
alemã;

- Os dois gregos dormem um com o outro e a grega limpa e cozinha para eles;

- Os dois ingleses aguardam que alguém os apresente à inglesa;

- Os dois búlgaros olharam longamente para o oceano, depois olharam
longamente para a búlgara e começaram a nadar;

- Os dois japoneses enviaram um fax para Tóquio e aguardam instruções;

- Os dois chineses abriram uma farmácia /bar /restaurante /lavandaria e
engravidaram a chinesa para lhes fornecer empregados para a loja.

- Os dois americanos estão a equacionar as vantagens do suicídio porque a
americana só se queixa do seu corpo, da verdadeira natureza do feminismo, de
como ela é capaz de fazer tudo o que eles fazem, da necessidade de
realização, da divisão de tarefas domésticas, das palmeiras e da areia que a
fazem parecer gorda, de como o seu último namorado respeitava a opinião dela
e a tratava melhor do que eles, de como a sua relação com a mãe tinha
melhorado e de que, pelo menos, os impostos baixaram e também não chove na
ilha...

- Os dois irlandeses dividiram a ilha em Norte e Sul e abriram uma
destilaria. Não se lembram se o sexo está no programa por ficar tudo um
bocado embaciado depois de alguns litros de whisky de coco. Mas estão
satisfeitos porque, pelo menos, os ingleses não se estão a divertir...

- Quanto aos dois portugueses e a portuguesa que também se encontram na ilha, até agora não se passou nada porque resolveram constituir uma comissão encarregada de decidir qual dos dois homens seria autorizado a requerer por escrito o estabelecimento de contactos íntimos com a mulher. Acontece que a comissão já vai na 17ª reunião e até agora ainda nada se decidiu, até porque falta ainda aprovar as actas das 5 últimas reuniões, sem o que o processo não poderá andar para a frente. Vale ainda a pena referir que, de todas as reuniões, 3 foram dedicadas a eleger o presidente da comissão e respectivo assessor, 4 ficaram sem efeito dado ter-se chegado a conclusão que tinham sido violados alguns princípios do código de procedimento administrativo, 8 foram dedicadas a discutir e elaborar o regulamento de funcionamento da comissão e 2 foram dedicadas a aprovar esse mesmo regulamento. É ainda notável que muitas das reuniões não puderam ser realizadas ou concluídas, já que duas não continuaram por falta de quorum, uma ficou a meio em sinal de protesto pelo agravamento das condições de vida e 5 coincidiram com feriados ou dias de ponte...

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Dead terrorist.

FF, outra vez.

Livro recente sobre Gordon Brown, The End of the Party, conta que o primeiro-ministro britânico é colérico. Parece-me um elogio. Generais, patrões, primeiros-ministros - chefes, em geral - não devem ser panhonhas. Gritar, atirar jornais para o chão e dar murros no banco do automóvel (vem no livro) encanta-me mais do que me assusta. Líderes, prefiro esses aos que untuosamente se esfregam as mãos. O unto faz-me logo pensar em margarina para a faca escorregar melhor nas minhas costas. As palavras rudes - ditas com a devida ponderação (os coléricos fazem erros mas acertam mais) - dão-me confiança. Brown não ter xarope nas veias é bom. Mas como ele vive em terra de fleumáticos é natural que se sentisse obrigado a pôr água na fervura - Gordon Brown desmentiu o livro. No entanto, estou preocupado. A BBC diz-me que pessoas que trabalham directamente com o primeiro--ministro telefonaram para a linha aberta para as vítimas de bullying (maus tratos físicos e verbais) no local de trabalho. Se um assessor desses tivesse trabalhado com o truculento Churchill talvez tivéssemos tido um discurso mais curto em 13 de Maio de 1940. Em vez de "sangue, sofrimento, lágrimas e suor", teríamos "água de malvas". Seria mais suave? Seria. Mas teríamos também tido outra História.

terça-feira, fevereiro 23, 2010

A Freira e o Taxista

A Freira e o taxista

Uma freira faz sinal para um táxi parar.
Ela entra e o taxista não pára de olhar para ela.

- Por que você me olha assim?

Ele explica:

- Tenho uma coisa para lhe pedir, mas não quero que fique ofendida...

Ela responde:

- Meu filho,sou freira há muito tempo e já vi e ouvi de tudo.

Com certeza, não há nada que você possa me dizer ou pedir que eu
ache ofensivo.

- Sabe, é que eu sempre tive na cabeça uma fantasia de ser beijado na
boca por uma freira...

A freira:

- Bem, vamos ver o que é que eu posso fazer por você: primeiro, você
tem que ser solteiro, belenenses e também católico.

O taxista fica entusiasmado:

- Sim, sou solteiro, do Belenenses desde criança e até sou católico
também!

A freira olha pela janela do táxi e diz:

- Então, páre o carro ali na próxima travessa.

O carro pára na travessa e a freira satisfaz a velha fantasia do
taxista com um belo beijo na boca.

Mas, quando continuam para o destino, o taxista começa a chorar.

- Meu filho, diz a freira, porque estás a chorar?

- Perdoe-me Irmã, mas confesso que menti: sou casado, do Benfica e sou
protestante.

A freira conforta-o:

- Não faz mal. Eu também estou a caminho de um baile de máscaras,
chamo-me Alfredo... e sou do Sporting!

sábado, fevereiro 20, 2010

RAP, n' A BOLA.

HÁ duas alturas em que uma equipa consegue fazer uma época mítica. Uma é quando os seus jogadores praticam bom futebol, despacham os adversários com goleadas, enchem os estádios. Outra é quando os seus adeptos se entretêm a inventar mitos. Na impossibilidade de verem a sua equipa cumprir os requisitos da primeira, há colunistas que se vêem forçados a optar pela segunda. É o caso de Miguel Sousa Tavares. A sua última crónica era um soberbo monumento de mistificação. Dizia ele sobre o Benfica: «[n]o último campeonato ganho, o do Trapattoni, (…) nos últimos dez jogos todos os golos dos encarnados aconteceram de penalty e livres inventados ou duvidosos à entrada da área». Ou seja: no ano em que o Porto teve três treinadores, e na mesma época em que obteve o recorde de maior derrota caseira da liga (os célebres 0-4 frente ao Nacional), como conseguiu o Benfica ganhar o campeonato? Como é óbvio, com o auxílio da arbitragem. De outro modo, não se concebe como teria podido superiorizar-se ao fortíssimo Porto de Del Neri, Fernandez e Couceiro. Não houve presidentes do Benfica a receber árbitros em casa, nem vice-presidentes apanhados a oferecer quinhentinhos, nem viagens pagas ao Brasil — mas foi demasiado evidente que os árbitros beneficiaram o Benfica naqueles «últimos dez jogos», em que «todos os golos dos encarnados aconteceram de penalty e livres inventados ou duvidosos à entrada da área». Só há um pequeníssimo problema. É que isto é mentira (lamento, mas não há outra palavra). Nos últimos dez jogos desse campeonato, o Benfica jogou, por exemplo, com o Gil Vicente. Ganhou por 2-0, com um golo de Mantorras de bola corrida, a passe de Manuel Fernandes, e outro de Miguel, também de bola corrida, a passe de João Pereira. Depois, jogou com o Setúbal. Voltou a ganhar por 2-0, com um golo de Manuel Fernandes de bola corrida (belo remate de fora da área) e outro de Geovanni, também de bola corrida, na sequência de jogada pela direita. A seguir, jogou com o Marítimo. Ganhou por 4-3, com dois belos golos de Nuno Gomes, ambos de bola corrida (um a passe de Miguel e outro após centro de Geovanni), outro de Mantorras, em lance de (talvez o leitor já tenha adivinhado) bola corrida, e ainda um de Miguel, em remate de fora da área, na sequência de livre de Simão. E ainda jogou com o Estoril. Ganhou por 2-1, com um golo de Mantorras, após um canto (não um penalty), e outro de Luisão, depois de um livre junto à bandeirola (não à entrada da área). Claro que houve jogos que o Benfica venceu com um golo de penalty, como o Benfica-Belenenses, curiosamente na mesma jornada em que o Porto ganhou por 1-0 ao Marítimo com um golo de McCarthy em fora-de-jogo. Mas, a menos que dez jogos tenham deixado de ser dez jogos, ou que a expressão «todos os golos dos encarnados» tenha deixado de significar «todos os golos dos encarnados», Sousa Tavares inventou um mito.
No entanto, o atraso de uma equipa no campeonato é directamente proporcional à capacidade de efabulação dos seus adeptos. Não se estranha, portanto, que Sousa Tavares tenha prosseguido: «lembro-me bem do penalty decisivo, no último jogo no Bessa, que foi dos mais anedóticos que já vi assinalado». Mais uma vez, é mentira (peço desculpa, mas não há mesmo melhor palavra) que o penalty tenha sido decisivo. O Benfica terminou o campeonato três pontos à frente do Porto. Sem o ponto que aquele penalty garantiu, teria sido campeão na mesma. Resumindo: como o Porto (ainda) não consegue vencer campeonatos estando dois pontos atrás do primeiro classificado, aquele penalty não foi, de todo, decisivo.
Finalmente, a propósito do golo do Braga, diz Sousa Tavares que «entre a saída da bola e o golo decorreram uns trinta ou quarenta segundos em que a bola passou por uns seis jogadores e poderia ter sido umas três vezes definitivamente afastada pelos jogadores do Marítimo antes do belíssimo pontapé fatal de Luís Aguiar.» Permitam-me que atalhe para informar que isto é, como dizer?, mentira. Entre a saída da bola e o golo decorreram, não quarenta, não trinta, nem mesmo vinte, mas dez segundos. E a bola passou por dois jogadores do Marítimo que, no meio de sucessivos ressaltos, não conseguiram sequer tirá-la da grande área. A título de exemplo, compare-se com o golo do Benfica ao Porto. Entre o fora-de-jogo de Urreta e o belíssimo pontapé fatal de Saviola decorreram 13 segundos. E a bola é tocada por quatro jogadores do Porto que conseguem afastá-la para bem longe da área. A diferença é que o lance do Braga é uma minudência, mas o do Benfica é uma mancha que ficará para todo o sempre.
Éo que costuma acontecer aos moralistas: tanto tempo a acusar o Benfica de querer ganhar fora do campo, e afinal é o Braga que faz jogadas fora das quatro linhas. Domingos Paciência, que tem historial de estar a olhar para o chão e não conseguir ver lances polémicos, compreendeu o fiscal de linha. Disse que, provavelmente, o árbitro auxiliar não viu a bola fora porque «estava muito perto». Trata-se de uma hipótese brilhante. Pessoalmente, sempre achei que isto de colocarem os fiscais de linha junto da linha era uma estupidez. Em todo o caso, quando o Braga visitar o Benfica, talvez seja bom que Jorge Jesus jogue com dois laterais de cada lado. Um do lado de dentro da linha, outro do lado de fora.
Segundo a opinião insuspeita e prestigiada de Cruz dos Santos, apesar do que por aí se berrou e dos cabelos que se arrancaram, não é certo que tenha havido penalty sobre Ruben Micael no jogo contra o Leixões. Ruben Micael protestou, mas a verdade é que Ruben Micael protesta contra todas as decisões de todos os árbitros. Aparentemente, alguém deve dinheiro a Ruben Micael, ao menos tendo em conta a superioridade chorona que ele exibe em todas as ocasiões. É muito divertida, aquela indolência sobranceira própria de quem parece estar convencido de que é o melhor jogador português. O drama de Ruben Micael é que nem sequer é o melhor jogador madeirense.
Na Luz, embora o futebol tenha sido menos bom do que é costume, o teatro foi de alto coturno. Comovente, o modo como Bruno Vale, depois de cortar a bola com a mão, tentou enganar o árbitro fingindo ter levado com ela na cara. Foi um bom momento, mas é uma estratégia que não resulta em qualquer estádio. No Dragão, por exemplo, os guarda-redes são expulsos mesmo quando levam com a bola na cara.
Hulk incorreu numa infracção punível com uma pena de seis meses a três anos. Em princípio, se houvesse circunstâncias atenuantes, seria punido com um castigo mais próximo dos seis meses. Se houvesse circunstâncias agravantes, seria punido com uma pena mais próxima dos três anos. Apanhou quatro meses. Recordo que a lei previa um mínimo de seis. A Comissão de Disciplina alega a existência de uma forte atenuante: Hulk foi provocado. Ficou provado que os stewards não insultaram nem agrediram (enfim, o equivalente ao Guarda Abel, como muito perspicazmente têm assinalado vários adeptos do quarto classificado). Mas, ainda assim, conseguiram provocar. As piores provocações são, como sabemos, as que não consistem em insultos nem em agressões. Daí constituírem as melhores atenuantes, e contribuírem para uma punição inferior ao que a lei estipula. Vamos supor que, em vez de uma atenuante, a Comissão tinha identificado uma agravante. Alguém acredita que Hulk tivesse sido punido com um castigo superior ao limite máximo previsto na lei?

sábado, fevereiro 06, 2010

So what will century-old, Antarctic-iced Scotch taste like?

Ora aí está uma pergunta - de sabor - deveras interessante...

sexta-feira, fevereiro 05, 2010

Cage diving.

Gansbaai, na África do Sul. Uma pequena "jaula" separa os mais intrépidos dos tubarões brancos de 5 metros que por ali andam.

Nuvens negras.

Muita tensão entre China e EUA, o que não augura nada de bom. A venda de armas a Taiwan e a visita do Dalai Lama a Washington originaram o extremar de posições.

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Poema do Camilo Jose Cela, muito politicamente incorrecto e ainda mais espirituoso, copiado no blogue de que muito gostamos Manlius

La Donación de mis órganos....

Quiero el día que yo muera
poder donar mis riñones,
mis ojos y mis pulmones.
Que se los den a cualquiera.

Si hay un paciente que espera
por lo que yo ofrezco aquí
espero que lo hagan así
para salvar una vida.
Si no puedo respirar,
que otro respire por mí.

Donaré mí corazón
para algún pecho cansado
que quiera ser restaurado
y entrar de nuevo en acción.

Hago firme donación
y que se cumpla confío
antes de sentirlo frío,
roto, podrido y maltrecho
que lata desde otro pecho
si ya no late en el mío.

La picha yo donaré,
que se la den a un caído
y levante poseído
el vigor que disfruté.
Pero pido que después
se la pongan a un jinete,
de los que les gusta brete.
Sería eso una gran cosa
yo descansando en la fosa
y mi picha dando fuerte.

Entre otras donaciones
me niego a donar la boca.
Pues hay algo que me choca
por poderosas razones.
Sé de quién en ocasiones
habla mucha bobería;
chupa lo que no debía
y prefiero que se pierda
antes que algún comemierda
mame con la boca mía.

El culo no donaré,
pues siempre existe un confuso
que pueda darle mal uso
al culo que yo doné.
Muchos años lo cuidé
lavándomelo a menudo.
Para que un cirujano boludo
en dicha trasplantación
se lo ponga a un maricón
y muerto me den por el culo.

Nomeados para os Oscars 2010.

Conferir aqui.

End of civilization...

Envergonhado...

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Imagens do túnel da Luz.

Australian Open.

Federer venceu o seu 16 título do Grand Slam. Esteve ao seu melhor nível, o que equivale a dizer que era impossível batê-lo. Murray jogou bem, mas a diferença entre o melhor Federer e os restante jogadores ainda é muito grande. No final, o escocês não conteve as lágrimas e disse algo como "consigo chorar como o Roger, que pena não conseguir jogar como ele". Melhor sorte para a próxima. De qualquer forma, Murray acabará por ganhar um Grand Slam (ainda tem 22 anos), como afirmou Federer.