sábado, novembro 29, 2008

Van Diemen's Land.

Hoje, deixo-vos com uma música dos U2, cuja curiosidade reside no facto de ser interpretada, não por Paul Hewson (Bono), mas sim por David Evans (the Edge).

The Edge escreveu a música em homenagem ao poeta irlandês John Boyle O’Reilly. Perseguido pela sua poesia, O’Reilly viria a ser deportado para a Tasmânia, ilha pertencente à Austrália, originalmente conhecida entre os europeus por Van Diemen’s Land.

É uma bela música, melancólica como o tempo que se faz sentir em Macau. Bom FDS!

sexta-feira, novembro 28, 2008

Aí estão eles...


"Eu não sei porque razão
certos homens, a meu ver,
quanto mais pequenos são
maiores querem parecer. "

- António Aleixo.

Nike, a Deusa grega da vitória...

O SLB encaixou 5! Pelo pouco que ouvi e li sobre o assunto, se fossem mais não supreenderia. O benfica tem de facto uma óptima equipa, a melhor dos últimos anos. Porém, tem de o demonstrar em todos os jogos. O que fez ontem foi vergonhoso! Está fora das competições europeias e ainda bem! Se não tem estaleca, mas vale ver pela televisão!

Depois do FCP levar 4 em Londres, da selecção encaixar 6 no Brasil e do SCP perder 2-5 com o Barcelona, foi a vez do SLB ser cilindrado na Grécia. O futebol português está a precisar de uma bela arrumação. Ainda assim, teremos o FCP e o SCP a rivalizar com os melhores clubes da europa. Espero que pelo menos um deles possa passar aos quartos-de-final da champions league.

Quanto aos jogadores e equipa técnica do SLB, melhor será que voltem para casa e ganhem o campeonato nacional! Aliás, a partir de agora não resta mais nada de relevo para conquistar. E é a única forma de compensarem os adeptos pela triste figura de ontem.

quinta-feira, novembro 27, 2008

Atentado em Bombaim.

À hora que vos escrevo, são já mais de 100 os que perderam a vida nos execráveis atentados que ocorreram ontem em Bombaim. Entre outros alvos, os criminosos atacaram hóteis, cinemas e hospitais. Visavam, essencialmente, atingir os turistas estrangeiros (principalmente, ingleses e americanos).

Fui lendo as notícias, mas esforcei-me por não saber quem são os responsáveis pelos atentados, o que reivindicam ou quais as suas motivações. Nada poderá jamais justificar tal mortandade. Por isso, optei por lhes devotar o meu mais profundo desprezo, o mesmo que eles demonstraram ter pela vida humana. Sei que não é muito, mas já é qualquer coisa.

Actualmente, o terrorismo talvez seja a maior ameça ao mundo ocidental. Deverá ser arrostado sem contemplações ou tergiversações! Ghandi afirmava que um olho por outro olho levará o mundo à cegueira. Mas, de que outra forma se poderá lidar com o terrorismo?

Ovações e apupos.

A selecção nacional não sofria 6 golos há 53 anos. Aconteceu a semana passada. Ora, o SCP não lhe quis ficar atrás e tratou de arrepiar caminho, no que à quebra de recordes diz respeito. E aí está: também em 53 anos de participações europeias, nunca o SCP tinha levado 5 em Alvalade. Até ontem.

Porém, não é do resultado que vos venho falar, tanto mais que descalabros destes acontecem a todos os clubes (não vai há muito tempo, o SLB levou 7 e o FCP 5) e são fases desportivas que se conseguem superar. Nestes momentos mais dolorosos da história de um clube, o que se exige é que, jogadores e adeptos, saibam perder com dignidade e honradez.

Há uma semana, Del Piero fez uma exibição de gala em pleno Santiago Bernabéu e a sua Juventus venceu o jogo. Quando foi substituído, os adeptos madrilenos, habituados a ver bom futebol e a apreciar o talento, ovacionaram-no de pé. Foi bonito.

Ontem, o Barça foi a Alvalade vencer por expressivos 5-2. Messi esteve em três dos cinco golos e todos os jornais desportivos se lhe referem como “o melhor em campo”. Quando foi substituído (aos 57’, para que os números não fossem ainda mais humilhantes), foi assobiado de pé pelo contestatário público leonino. Foi deprimente.

É a diferença entre respeito e mediocridade.

quarta-feira, novembro 26, 2008

A cambalhota...

Prémios de jogo.

Todos nós temos consciência que os jogadores de futebol dos grandes colossos europeus, não raras vezes, se deparam com situações económicas periclitantes. Para amenizar as dificuldades salariais por que invariavelmente passam tais atletas, veja-se o exemplo do Real Madrid, clube indigente da região de Castela. O seu presidente, por forma a acicatar o espírito de conquista dos seus guerreiros, prometeu-lhes um prémio de 120 mil euros por cada cinco vitórias consecutivas.

Ora, na Dinamarca, país de mentalidade aberta, os jogadores são agraciados com outro tipo de incentivos que não o monetário. A BN Agentur, distribuidora de filmes eróticos e patrocinadora oficial do FC Copenhaga, decidiu oferecer a cada jogador dois filmes pornográficos por cada vitória alcançada. A distribuidora garante, ainda, que os filmes oferecidos serão sempre as últimas novidades do mercado. Desconhece-se se a iniciativa é extensiva ao presidente do clube, mas sabe-se que este a aplaudiu efusivamente.

08-10-07 26-11-08

Vici, primeiro tu.
obrigado pelo tempo de antena e pela amizade genuína.
vou-me.

outros, vocês que por aqui passaram.
obrigado por me aturarem.

além
aqui vou eu.

como diria um dos meus melhores amigos, ou o melhor, aqui da terra:
abreijos!

até um dia, com saudações Benfiquistas!

terça-feira, novembro 25, 2008

BdP e Constâncio.


"Têm existido fraudes em muitos países e em nenhum se assistiu a um processo de linchamento como em Portugal, pondo em causa a respeitabilidade do Banco de Portugal." - Para ler mais, clicar aqui.

São palavras de Vitor Constâncio. Ao lê-las, pensei que brincava. Mas não, o ilustre economista falava muito a sério. Estava a chamar-nos parvos, portanto. Retribuo-lhe o encómio!

O doutorado que não o é, crê que em Portugal se está a exagerar na perseguição ao BdP. Eu tenho opinião diversa. Não só acho que é pouco o que se tem feito ante a desfaçatez que grassa no portugal dos pequeninos - de que é representante o autor daquelas palavras-, como também não culpo “o banco”, mas sim Constâncio e seus comparsas. A respeitabilidade que foi irremediavelmente afectada foi a de toda essa corja! Patético, ignóbil e covarde é tentar ocultar-se por detrás da capa da abstracção! E bem pior é que tudo sempre fique igual, sem culpados e sem responsáveis! Culpado? Responsável? Que cabeça deverá rolar? A fazer fé nas palavras de Constâncio, só poderá ser a do banco, esse irresponsável monstro...

"(...) - We're sorry. It's not us. It's the monster. The bank isn't like a man.
- Yes, but the bank is only made of men.
- No, you're wrong there- quite wrong there. The bank is something else than men. It happens that every man in a bank hates what the bank does, and yet the bank does it. The bank is something more than men, I tell you. It's the monster. Men made it, but they can't control it.
- Grampa killed Indians, Pa killed snakes for the land. Maybe we can kill banks- they're worse than Indians and snakes (...)"
- Excerto do livro "As Vinhas da Ira".

os dias do loureiro e a falta de visão

1. o loureiro, apelido do xô mais falado nos últimos tempos, em luta acesa com o xô pité (?) - suposto chefe da claque dos "sem nome" - parece não querer demitir-se do lugar de conselheiro de estado.
2. a máquina de propaganda do ps, instalada no poder, tentou desalmadamente ligá-lo ao pr, o xô aníbal, e ao psd, (ainda o) partido do xô aníbal.
3. só que, como a política é uma meretriz, nem sempre as máquinas do ps funcionam como il faut.

vem tudo isto a propósito do seguinte: o ps não deixa o loureiro ser ouvido na assembleia da república. até aqui tudo bem. apologista do estado de direito que sou (ou era!), acho que os criminosos, perdão, os suspeitos são para ser ouvidos em tribunal e não numa comissão de caciques instalada ali num palácio muito interessante do ponto de vista arquitectónico, onde o xô gama, peixe de águas profundas, nas palavras do xô mário, preside à cacicaria.

mas, depois de algumas leituras, pergunto-me:
1. não foi o xô loureiro que apresentou a biografia do xô zé pinto de sousa trócates aqui há menos de uma metade de ano?
2. não foi o xô loureiro, mediano advogado em coimbra, que tinha pouco mais do que esse estatuto lhe oferecia quando chegou à meretriz, digo, à política e que, em pouco tempo, enriqueceu à sua custa?

devo estar a ver pior do que já vejo...

efemérides - do 25A ao maior empresário de Macau

faz hoje 33 anos que terminou o período pós 25A que tanta - perdoem-me o francês - merda trouxe ao nosso país. o 25 A permitiu que, hoje, 33 anos depois, incompetentes, que nem para lavar escadas servem (sem querer ofender quem lava escadas) estejam no poder. já para não falar no processo (?) de "descolonização" que é dos momentos mais degradantes da nossa história. o período pós-25A permitiu que um bando de amadores fosse afastado do poder para dar lugar àqueles que ainda hoje lhe gravitam nas esferas.

noutro registo: também hoje faz anos o maior e mais bem sucedido empresário de Macau. ao contrário dos senhores que aqui se fixaram e que preferem outras paragens para sacar e investir o vil metal, este passará bem pela crise e sempre esteve grato à terra.

Qual o melhor restaurante de Macau?

Acabou a sondagem que esteve aberta a votação aqui no blogue. Obrigado a todos pela participação (alguns bem mais do que uma vez). Aqui estão os resultados finais:

Clube Militar de Macau - 18%
Trattoria - 3%
Taco's - 1%
Aurora (Crown) - 3%
Petisqueira - 2%
Il Teatro (Wynn) - 5%
Antonio - 11%
Morton's (Venetian) - 2%
Afonso III - 17%
Miramar - 38%

122 votes total.

momentos de menor cegueira - às vezes até diz coisas acertadas

o MST, apesar da cegueira que ostenta quando fala do clube mais representativo da cidade do Porto (a meias com Gaia), às vezes diz coisas acertadas:
"Se todos, brasileiros e portugueses, tinham razões para acusar cansaço, desmotivação e poupança, um houve que foi o pior em campo e não por essa razão: Cristiano Ronaldo. O homem que já virou griffe e que se faz tratar por CR7, perdeu-se no jogo apenas por culpa do vedetismo e vaidade de que vem dando mostras, em crescente descontrolo. Quando lhe perguntaram se era o melhor jogador do mundo e ele respondeu que era «o primeiro, o segundo e o terceiro», quando lhe perguntaram se era mais bonito que o Kaká e ele respondeu «gosto de mim», quando foi substituído no sábado, em Inglaterra, depois de mais uma exibição completamente apagada, e saiu com o dedo espetado a indicar que era o n.º 1, já dá para perceber que aquele rapaz precisa urgentemente de quem lhe explique coisas básicas sobre a vida e a maneira de estar no futebol, como em tudo o resto. Em Brasília, ele não se perdeu por cansaço nem por falta de talento: perdeu-se por falta de humildade, incapacidade de pensar na equipa e não apenas em si próprio, parecendo uma barata tonta às voltas com fintas falhadas e rodriguinhos sem sentido para impressionar as meninas da plateia. O problema de se querer ser vedeta todos os dias é que não se pode falhar dia nenhum... Ele é o número 1 do mundo? Ponha os olhos no Messi ou no Ibrahimovic e vai ver que não. Ou então, que alguém o ponha a ver os vídeos de um senhor chamado Eusébio da Silva Ferreira, que ganhava um centésimo do que ele ganha, jogava bem mais do que ele e era capaz de chorar depois de perder um jogo pela Selecção."

ensaio sobre a cegueira

na visão desta semana, para os apreciadores de saramago e de constâncio.

segunda-feira, novembro 24, 2008

Marcos Senna polémico.

"Penso que é muito sobrevalorizado. Quando não marca, o seu papel é limitado (...) Não é completo como o Ronaldinho dos bons velhos tempos. Esse marcava golos, livres, fintava, assistia e corria por todo o lado.” - Marcos Senna sobre Cristiano Ronaldo.

carfagnada

depois de um jantar com sabores italianos e de uma semana em que dissemos mal da governação da lusitânia, proponho a substituição da ministra da educação por esta senhora: mara carfagna, ministra italiana da família.

sábado, novembro 22, 2008

McEnroe.

McEnroe, que esteve esta semana em Macau, tinha tanto de brilhante como de irascível. Aqui ficam algumas das suas mais famosas birras...

Elvis.

Bom FDS!

sexta-feira, novembro 21, 2008

Ironias.

O PM tem aproveitado todas as frases de Manuela Ferreira Leite (MFL) para fazer jus ao mais reles exercício de demagogia. Primeiro, quando MFL disse que as obras públicas, megalomaniacamente propaladas pelo governo, não resolveriam a questão do desemprego entre os portugueses, a não ser talvez o dos cabo-verdianos e outros que trabalham na construção, Sócrates veio a terreiro apelidar MFL de xenófoba. Depois, quando MFL disse, num contexto muito específico, que por vezes seria melhor suspender a democracia para levar a efeito as necessárias mudanças estruturais, pois só assim não se teria de suportar a influência dos grupos de pressão, eis que Sócrates e seus seguidores lá vieram afirmar que MFL era anti-democrática. Ora, isto demonstra, desde logo, uma de duas coisas: ou Sócrates e afins desconhecem o conceito de ironia e estão, por conseguinte, munidos de uma duvidosa capacidade de compreensão; ou agem de má-fé, distorcendo o óbvio sentido das palavras proferidas pela líder da oposição e, assim sendo, não passam de canalhas e meros aproveitadores políticos. Escolham qual das alternativas preferem, desde que estejam conscientes que não há outras. Seja qual for a opção, só resta concluir que estes pacóvios não nos podem governar. Não sabemos como Sócrates alcançou o seu título de engenharia, mas sabemos que fechou hospitais e maternidades, que deu a mão ao BPN, que tem a educação e a cultura a ferro e fogo, que quer aprovar uma incongruente lei sobre o divórcio, que exerce um controlo ditatorial sobre os órgãos de comunicação social, que tem um Pinho, um Lino e um Amado. Só alguém com pensamento viciado ou intelectualmente falso poderá acreditar que MFL é xenófoba ou anti-democrática. Só alguém que não aprecie a tradicional (embora esquecida) ironia portuguesa poderá asininamente deturpar o que MFL disse. Só alguém que quer que Portugal se afunde irremediavelmente poderá eleger Sócrates outra vez. Só quem não preza o nosso país poderá deixar de dar uma oportunidade à responsabilidade e à coerência, ou seja, a MFL. Sócrates, jamais! Pinho, Lino e Amado ao pelourinho! E levem o Menezes, a ver se o gajo se cala de vez*!

* A este propósito, ler o magnífico texto de FF. Aqui.

capuchinho cascalense

o filho de um senhor chamado capucho, presidente da autarquia de cascais, chamemos-lhe, por facilidade de raciocínio, capuchinho, foi nomeado director municipal de ordenamento e planeamento estratégico da edilidade cascalense.
é por estas e por outras que às vezes dou por mim a quase perceber por que é que alguns portugueses renunciam à nacionalidade... e por que é que "à mulher de césar não basta ser honesta, deve parecer honesta." é um dito que os capuchos do nosso país podiam aprender.

O problema da selecção.

O "Monstro Sagrado", o maior líder a alguma vez ter pisado os relvados portugueses, já identificou o grande problema da selecção nacional de futebol. Se ele o diz, que sabe do que fala, não creio poder haver quem o negue.

"O 'capitão' dentro do campo é uma autoridade, é o segundo treinador. Eu orientava os meus jogadores dentro do campo, era uma espécie de ditador ali. Talvez seja isso que falte hoje em dia nos nossos jogadores, essa autoridade". - Mário Coluna.

Ténis no Venetian.

Ontem, estive no Venetian a assistir ao "Jogo dos Campeões", que contou com a presença de Borg, McEnroe, Federer e Blake. E vim de lá numa bela caldeirada de ambivalências. Por um lado, sorumbático, preocupado e com a sensação que me foram à carteira. Por outro, extremamente agradado com os artistas convidados.

Prefiro valorizar o que de bom vi. Comecemos, por isso, pelo que foi positivo, isto é, pelos jogadores envolvidos.

Borg e McEnroe Assistir a um jogo entre Borg e McEnroe é como reviver o passado. E digo reviver na sua máxima e mais esplendorosa acepção. De facto, a técnica de jogo está ultrapassada e os senhores em causa estão bem entradotes, mas continuam dois dos maiores jogadores que já pisaram um court de ténis! E, no deve e haver, este que vos escreve já pode dizer que os viu jogar. Não está nada mal.

Federer e Blake Federer é Federer. Ponto! À classe e técnica apurada, juntou ontem um não menos apurado sentido de humor e foi, indiscutivelmente, a grande figura do espectáculo. Blake surprendeu pela positiva. Sendo uma segunda escolha, após a impossibilidade de Nadal estar presente, pensei que viria apenas para receber as quinhentolas. Mas não. Extremamente simpático, proporcionou óptimos momentos de ténis. E foi agradável ver em campo os dois únicos tenistas, dos 10 primeiros do ranking, que batem a esquerda a uma mão.

Passemos agora a atentar na organização do evento.

Apanha-bolas Dez jovens desgraçados que foram lançados às feras. As crianças só podem ter sido escolhidas por algum inepto (o que equivale a dizer, alguém que ainda não tenha sido despedido da concessionária norte-americana), a quem a mais básica noção de ténis será seguramente alheia. Os jovens não sabiam o que andavam a fazer: corriam quando não deviam, nunca tinham as bolas disponíveis, não sabiam onde colocar-se, não recolhiam as bolas. Por diversas vezes, teve de ser o árbitro principal (ou chair umpire, para dar um toque internacional ao texto) a orientar os apanha-bolas. McEnroe chegou a brincar com um deles, tal era a notória incapacidade da miudagem. Ficou a sensação que a única vez que estes miúdos viram um jogo de ténis, isso aconteceu na playstation. Foi muito mau.

Árbitros auxiliares Dez ilustres indivíduos espalhados a propósito pelo campo. Elegante e estaticamente postados naquela posição de quem vê se a mesa da sala está nivelada, ou seja, de cu para o ar, lá se mantiveram estáticos até ao fim. Raramente auxiliavam o árbitro principal e, quando o faziam, faziam-no mal. Também fica a ideia que só jogaram ténis na playstation e uma única vez... e perderam.

Animador Ainda não sei muito bem como descrever o tipo que animava os momentos de pausa no jogo. De guitarra tonitruante em punho, lá avançava ele com umas versões muito próprias de músicas famosas. E, como se não bastasse, quando parava de balbuciar umas palavras mal amanhadas, fazia um ruído esganiçado com a voz, que julgo ser uma sofrível tentativa de imitar um trompete ou afim. Felizmente, o árbitro (visivelmente incomodado com o quadro de miséria à sua volta) lá gritava “time”, os jogadores voltavam ao campo e o trovador calava-se... até à próxima pausa no jogo.

Assistência Na mesma esteira, há que dizer que o evento deveria ter sido alvo de maior publicidade, pois o pavilhão estava longe de estar cheio. Pior, uns furos bem abaixo, fica o público presente. Em rigor, um velório não seria menos animado. Os jogadores bem tentaram puxar pela assistência, mas nada. Nem ovações, nem cânticos, nem coreografias, nada! Curioso como as únicas vezes que se riam em uníssono era quando os apanha-bolas faziam mais uma asneira. É verdadeiramente um sentido de humor diferente. O que uns têm como patético, outros vêem como divertido...

Em suma,

Dou de barato que se tratava de um evento leve e descomplexado. Não se exigia dos jogadores um grande profissionalismo, apenas uma atitude descontraída e divertida. Mas isso era dos jogadores, não da organização! Talvez seja da falta de fundos, mas o xô Adelson e seus prosélitos deviam passar a prestar mais atenção aos detalhes organizativos. É que o que se passou ontem foi menos que medíocre. Olha que assim não há mesmo quem te financie os mamarrachos, pá!...

P.S.: Isto foi escrito a seguir ao jogo e, também por isso, seguramente lhe fenece a objectividade. Mas, como diria o outro, a objectividade é um conceito muito sobrevalorizado... ;)

boa pinga vii

depois de uma semana de ausência, por mor do ténis, a rubrica de hoje vai para um dos melhores vinhos portugueses, ou pelo menos um dos mais famosos. o pêra-manca, criado em 1990 pela fundação eugénio de almeida.
escolhi o 2003, não só por ter umas garrafitas lá em casa, mas também porque foi o primeiro em que o rótulo colorido e naïf deu lugar a este, mais sóbrio, mas que mantém a gravura original, que é uma adaptação do cartaz publicitário da autoria de roque gameiro.
reza a história que este vinho era exportado nas caravelas dos descobrimentos (prefiro a palavra expansão marítima) e que pedro álvares cabral o serviu aos índios nos primeiros contactos que estabeleceu. no século xix era engarrafado na adega do palácio do vimioso, em Évora, pela casa soares.
a crise da filoxera, que estudámos na disciplina de história, acabou com ele e um dos herdeiros da extinta casa soares acabou por ceder a marca à fundação, em 1987.
o enólogo foi o engenheiro pedro baptista e as castas são tinta pinheira, jaen, alfrocheiro e tinta roriz. de cor granada, no nariz apresenta complexo a passas de frutas, essências das madeiras de estágio e algum tabaco. é encorpado, com alguma frescura e com um final aveludado. pode ser consumido desde já mas tem capacidades para envelhecer alegremente. como não sei se estarei cá quando envelhecer, hoje vou partilhar e saborear uma!
nota pessoal: 18.

quinta-feira, novembro 20, 2008

Gaffe vs. ironia



O filme demonstra aquilo que pode ser apelidado de gaffe. A gaffe não é intencional,é gratuita e resulta muitas vezes da falta de preparação de quem a comete. No caso concreto pode ser mais do que isso. Será um “acto falhado”?

Já a ironia "é um instrumento de literatura ou de retórica que consiste em dizer o contrário daquilo que se pensa, deixando entender uma distância intencional entre aquilo que dizemos e aquilo que realmente pensamos. Na Literatura (e porque não na política), a ironia é a arte de gozar com alguém ou alguma coisa, com vista a obter uma reacção do leitor, ouvinte ou interlocutor”.

Bem sei que a (escassa) qualidade dos políticos do nosso tempo fez desaparecer a subtileza que se encontra por detrás da ironia. Parece até que a alguns desses políticos lhes custou a perceber o que a lider do PSD queria dizer nas entrelinhas. Pena que aconteça o mesmo aos jornalistas.

Evitar confusões.

Hoje de manhã, quando acedi ao sítio do DN online, fiquei boquiaberto. Uma das notícias rezava: “Brasil largou Kaká para celebrar em histeria Cristiano Ronaldo”. Depois percebi que a notícia era de ontem e que o jornal ainda não tinha sido actualizado. Só então fiquei mais descansado.

craques

cresci com os dois craques que estão hoje aqui no burgo. o iceborg e o john, mais este, são ídolos da minha infância. juntam-se hoje ao melhor jogador de ténis de sempre, Federer, e a james blake ali no cotai. a foto, furtada ao maisfutebol, mostra a chegada gondolal dos tenistas. tenho a certeza que uma pessoa irá gritar: "Vámos Murray", perdão, "Vámos Roger"!

patetices

era um amigável. o madaíl cobrou a comissão da ordem. os brasileiros ficaram contentes. o queiroz falou em golos patéticos. eu não vi nenhum golo patético. acho patético fazer-se uma viagem ao brasil a meio de uma semana de campeonato. ao número 7 da selecção ainda falta muito para ser o melhor. a selecção portuguesa de volta aos seus velhos tempos. é pena. gostava de ir à áfrica do sul com esse atractivo extra. não me venham falar no manel zé para seleccionador.

Tango em Macau.

MIRAMAR Restaurant – On its unique location on the Hac-Sa Beach (next to the Westin Resort) and by the Coloane hillside, there is no better place to relax over great Portuguese cuisine and enjoy dancing.

Saturday, 22 November 2008
8:00pm -01:00am
Admission: $150 each (10% service) - Included free lesson, Portuguese buffet and one standard drink
08:00pm – Dinner Buffet Open
09:00pm to 10:00pm - Free Lesson for all levels
10:00pm to 01:00pm - Dance floor opens

Aproveito para vos aconselhar o filme Scent of a Woman, nomeado para 4 Oscars em 1992. Se decidirem ir até ao "Miramar" dar um passo de dança, que Al Pacino vos possa servir de inspiração. Fiquem então com um trecho de Scent of a Woman, que também poderia chamar-se Um ceguinho com bom gosto... ;)

quarta-feira, novembro 19, 2008

clacaria oportuna

subscrevo totalmente esta excelente posta do amigo Vici.
o que se passou nada tem a ver com clubes, mas apenas com um fenómeno social (ou anti-social) que varre há anos o nosso país.
até porque, já hoje, notícias veiculadas e ainda não desmentidas, dão conta de que as negociatas envolvem facínoras que simpatizam (?) com outras cores clubísticas.
no entanto, e já não é a primeira vez que isto acontece, parece-me coincidência a mais que uma investigação que dura há mais de um ano, tenha tido o epílogo (ou o início do fim, porque a procissão ainda vai no adro) numa altura em que a crise da avaliação dos professores, tão bem retratada pelo Xô Vici na posta anterior, estava no auge... castelhanando:
"Yo no creo en brujas pero que las hay... las hay"

E se Obama fosse africano? - Mia Couto.

Os africanos rejubilaram com a vitória de Obama. Eu fui um deles. Depois de uma noite em claro, na irrealidade da penumbra da madrugada, as lágrimas corriam-me quando ele pronunciou o discurso de vencedor. Nesse momento, eu era também um vencedor. A mesma felicidade me atravessara quando Nelson Mandela foi libertado e o novo estadista sul-africano consolidava um caminho de dignificação de África.Na noite de 5 de Novembro, o novo presidente norte-americano não era apenas um homem que falava. Era a sufocada voz da esperança que se reerguia, liberta, dentro de nós. Meu coração tinha votado, mesmo sem permissão: habituado a pedir pouco, eu festejava uma vitória sem dimensões. Ao sair à rua, a minha cidade se havia deslocado para Chicago , negros e brancos respirando comungando de uma mesma surpresa feliz. Porque a vitória de Obama não foi a de uma raça sobre outra: sem a participação massiva dos americanos de todas as raças (incluindo a da maioria branca) os Estados Unidos da América não nos entregariam motivo para festejarmos.Nos dias seguintes, fui colhendo as reacções eufóricas dos mais diversos recantos do nosso continente. Pessoas anónimas, cidadãos comuns querem testemunhar a sua felicidade. Ao mesmo tempo fui tomando nota, com algumas reservas, das mensagens solidárias de dirigentes africanos. Quase todos chamavam Obama de "nosso irmão". E pensei: estarão todos esses dirigentes sendo sinceros? Será Barack Obama familiar de tanta gente politicamente tão diversa? Tenho dúvidas. Na pressa de ver preconceitos somente nos outros, não somos capazes de ver os nossos próprios racismos e xenofobias. Na pressa de condenar o Ocidente, esquecemo-nos de aceitar as lições que nos chegam desse outro lado do mundo. Foi então que me chegou às mãos um texto de um escritor camaronês, Patrice Nganang, intitulado: "E se Obama fosse camaronês?". As questões que o meu colega dos Camarões levantava sugeriram-me perguntas diversas, formuladas agora em redor da seguinte hipótese: e se Obama fosse africano e concorresse à presidência num país africano? São estas perguntas que gostaria de explorar neste texto. E se Obama fosse africano e candidato a uma presidência africana?

1. Se Obama fosse africano, um seu concorrente (um qualquer George Bush das Áfricas) inventaria mudanças na Constituição para prolongar o seu mandato para além do previsto. E o nosso Obama teria que esperar mais uns anos para voltar a candidatar-se. A espera poderia ser longa, se tomarmos em conta a permanência de um mesmo presidente no poder em África. Uns 41 anos no Gabão, 39 na Líbia, 28 no Zimbabwe , 28 na Guiné Equatorial, 28 em Angola , 27 no Egipto, 26 nos Camarões. E por aí fora, perfazendo uma quinzena de presidentes que governam há mais de 20 anos consecutivos no continente. Mugabe terá 90 anos quando terminar o mandato para o qual se impôs acima do veredicto popular.
2. Se Obama fosse africano, o mais provável era que, sendo um candidato do partido da oposição, não teria espaço para fazer campanha. Far-Ihe-iam como , por exemplo, no Zimbabwe ou nos Camarões: seria agredido fisicamente, seria preso consecutivamente, ser-Ihe-ia retirado o passaporte. Os Bushs de África não toleram opositores, não toleram a democracia.
3. Se Obama fosse africano, não seria sequer elegível em grande parte dos países porque as elites no poder inventaram leis restritivas que fecham as portas da presidência a filhos de estrangeiros e a descendentes de imigrantes. O nacionalista zambiano Kenneth Kaunda está sendo questionado, no seu próprio país, como filho de malawianos. Convenientemente "descobriram" que o homem que conduziu a Zâmbia à independência e governou por mais de 25 anos era, afinal, filho de malawianos e durante todo esse tempo tinha governado 'ilegalmente". Preso por alegadas intenções golpistas, o nosso Kenneth Kaunda (que dá nome a uma das mais nobres avenidas de Maputo ) será interdito de fazer política e assim, o regime vigente, se verá livre de um opositor.
4. Sejamos claros: Obama é negro nos Estados Unidos. Em África ele é mulato. Se Obama fosse africano, veria a sua raça atirada contra o seu próprio rosto. Não que a cor da pele fosse importante para os povos que esperam ver nos seus líderes competência e trabalho sério. Mas as elites predadoras fariam campanha contra alguém que designariam por um "não autêntico africano". O mesmo irmão negro que hoje é saudado como novo Presidente americano seria vilipendiado em casa como sendo representante dos "outros", dos de outra raça, de outra bandeira (ou de nenhuma bandeira?).
5. Se fosse africano, o nosso "irmão" teria que dar muita explicação aos moralistas de serviço quando pensasse em incluir no discurso de agradecimento o apoio que recebeu dos homossexuais. Pecado mortal para os advogados da chamada "pureza africana". Para estes moralistas - tantas vezes no poder, tantas vezes com poder - a homossexualidade é um inaceitável vício mortal que é exterior a África e aos africanos.
6. Se ganhasse as eleições, Obama teria provavelmente que sentar-se à mesa de negociações e partilhar o poder com o derrotado, num processo negocial degradante que mostra que, em certos países africanos, o perdedor pode negociar aquilo que parece sagrado - a vontade do povo expressa nos votos. Nesta altura, estaria Barack Obama sentado numa mesa com um qualquer Bush em infinitas rondas negociais com mediadores africanos que nos ensinam que nos devemos contentar com as migalhas dos processos eleitorais que não correm a favor dos ditadores.

Inconclusivas conclusões

Fique claro: existem excepções neste quadro generalista. Sabemos todos de que excepções estamos falando e nós mesmos moçambicanos, fomos capazes de construir uma dessas condições à parte. Fique igualmente claro: todos estes entraves a um Obama africano não seriam impostos pelo povo, mas pelos donos do poder, por elites que fazem da governação fonte de enriquecimento sem escrúpulos. A verdade é que Obama não é africano. A verdade é que os africanos - as pessoas simples e os trabalhadores anónimos - festejaram com toda a alma a vitória americana de Obama. Mas não creio que os ditadores e corruptos de África tenham o direito de se fazerem convidados para esta festa. Porque a alegria que milhões de africanos experimentaram no dia 5 de Novembro nascia de eles investirem em Obama exactamente o oposto daquilo que conheciam da sua experiência com os seus próprios dirigentes. Por muito que nos custe admitir, apenas uma minoria de estados africanos conhecem ou conheceram dirigentes preocupados com o bem público. No mesmo dia em que Obama confirmava a condição de vencedor, os noticiários internacionais abarrotavam de notícias terríveis sobre África. No mesmo dia da vitória da maioria norte-americana, África continuava sendo derrotada por guerras, má gestão, ambição desmesurada de políticos gananciosos. Depois de terem morto a democracia, esses políticos estão matando a própria política. Resta a guerra, em alguns casos. Outros ,a desistência e o cinismo.Só há um modo verdadeiro de celebrar Obama nos países africanos: é lutar para que mais bandeiras de esperança possam nascer aqui, no nosso continente. É lutar para que Obamas africanos possam também vencer. E nós, africanos de todas as etnias e raças, vencermos com esses Obamas e celebrarmos em nossa casa aquilo que agora festejamos em casa alheia.

Governo, professores e alunos.

Os professores continuam a sua cruzada rocinante, afirmando que estão contra o modelo de avaliação proposto pelo governo. Porém, ainda não percebi qual é então o modelo que pretendem. Ou será que o que querem é não ser avaliados? E depois temos os alunos, que andam por aí a protestar contra algo que ainda não percebi muito bem o que é. Tanto quanto sei, os alunos agora só são verdadeiramente avaliados no final de períodos alargados que podem chegar a 3 anos. Até lá, é só borga e despreocupação. Assim sendo, não vejo motivos para insatisfação. A não ser que tais alunos tenham subitamente ficado responsáveis e estejam a manifestar o seu repúdio ante a irresponsabilidade e falta de qualidade da classe docente e perante as ineptas políticas governamentais. E, isto sim, seria maturidade precoce: largar a playstation e sair à rua. Se não for por isto, repito, então o folclore não tem justificação. Eles, os alunos, vão perceber o que lhes digo daqui a uns anos. E o país também. Ou não.

Toma lá, dá cá.

Sem grande esforço, estou a lembrar-me de 2 ou 3 altas individualidades que mereciam uma destas...

as madames do largo do rato

só quem não ouviu na totalidade o discurso ou alguém que esteja de má fé na política pode ver mosquitos por cordas ou calcanhares por cotovelos nas declarações da líder da oposição em portugal.
estou com o ferreira fernandes.
as madames ofendidas do partido que está no poder estão receosas. não é por acaso que, por qualquer coisa que a dra. MFL diga, convocam uma conferência de imprensa, discutem, distorcem, fazem trinta por uma linha.
esta noite, a meio de uma arreliadora insónia, e sobre um outro assunto, ri-me quando o senhor josé pinto de sousa trocates, a meio dos minutos diários de propaganda, disse umas coisas...
até magalhães apareceram nas imagens!
como neste vídeo...


Sugestão de Leitura


Podem saber mais sobre o livro aqui.

dia sem português

desde que aqui estou que, amiúde, alguns dos que são eleitos (?) para representar o povo, as associações, as agremiações, os clubes, as associações, os amigos das associações, os amigos dos primos dos dirigentes das associações, enfim, as associações, vêm com a história da língua para justificar o injustificável: que a justiça aqui do burgo só não anda por causa de uns atrasados mentais que para aqui andam. a esses ilustres representantes juntam-se pessoas com responsabilidade institucional, uma vez por ano, invariavelmente em outubro.
vem isto a propósito do que se passou hoje, no hemiciclo, em que dois senhores reputados, perdão, deputados vieram bater numa senhora que me merece, pelo menos, simpatia. ouvi, ao longe, entre outras coisas que não me apetece qualificar, que não era concebível que os licenciados em direito que apenas dominam o chinês fossem prejudicados à cause de os seus exames de admissão à advocacia serem pontuados por advogados que só dominam a língua portuguesa. apesar de não corresponder totalmente à verdade, tomemos de barato que isso acontece. pois bem, meus caros e exmos. deputados: ainda bem! caso contrário a justiça - e a terra - estaria, salvo raras excepções, pior, bastante pior.
e mais, exmos. deputados, o desenvolvimento e a situação económica em que se encontra este pequeno "principado" e, claro, muitos dos exmos. deputados - como os que hoje botaram faladura - deve-se a termos um sistema jurídico de raiz romano-germânica e ao facto de por cá andarem excelentes juízes, procuradores, funcionários judiciais e outros funcionários públicos, ah, e, claro, advogados - esses, na mente dos exmos. deputados, malfeitores! que não deixam que os pobrezinhos dos licenciados numa universidade ali do cotai sejam admitidos à profissão forense - de língua portuguesa ou que dominam bem o português, muitos deles residentes aqui na terra há bem mais anos do que os exmos. deputados que hoje falaram (juntos, acrecentaria eu). e que vivem cá, ao contrário de vexas. que vêm cá tratar de assuntos importantes, leia-se, hkd, e botar faladura, voltando no final do dia para a vizinha região, onde por acaso até nem há solicitors, foreign lawyers, paralegals, etc. que apenas dominam a língua inglesa.
sugiro que, à semelhança do que acontece com o "dia europeu sem carros", fosse implementado aqui no burgo o "dia sem português". ou, para ser diferente, a "hora sem português". mas não levem a sério esta minha sugestão, caso contrário temo que uma força de capacetes azuis teria de intervir em menos de 10 minutos... a não ser que as raras excepções - onde não podem incluir-se os que dominam a língua de camões - conseguissem aguentar as pontas.

terça-feira, novembro 18, 2008

pouca vergonha

almada negreiros sobre os portugueses:
"Um povo completo é aquele que tiver reunido no seu máximo todas as qualidades e defeitos. Coragem, portugueses, só vos faltam as qualidades."
apesar de não concordar totalmente, apeteceu-me escrever isto a propósito disto...

Todos diferentes, todos iguais!


São gentalha com um sofrível QI - que o tenta sofregamente compensar com algumas horas no ginásio! De arma em riste (que dá sempre um grande impulso à covardia e acicata a estupidez), fumam meia dúzia de charros e afins e eis que partem à conquista das bombas de gasolina desse nosso país, levemente embriagados pela sensação de impunidade transmitida pela integração num grupo de patetas igualmente imprestáveis - sensação que não andará muito longe da partilhada por uma manada de búfalos. Depois são detidos, uns; vão para a porta da prisão gritar impropérios, outros. Entrementes, nem ficam detidos, uns; nem levam umas galhetas da bófia, outros. E lá continuam a passear de porche, como se fossem gente normal, responsável e respeitadora. Menosprezar estes falhados e as razões que lhes permitem ter a relevância que têm é meio caminho andado para o desastre. Enquanto isso, tantas e tantas famílias continuam com receio de entrar num estádio de futebol. In the future, everyone will be world-famous for 15 minutes. Já tiveram seguramente mais de três quartos de hora. Chega!

segunda-feira, novembro 17, 2008

(ainda) o masters, ou melhor, o Federer

Djokovic sobre Federer, após vencer o masters:
«Ele não está acabado, no próximo ano voltará a ser número 1 do ranking. Federer é um dos melhores, talvez o melhor desde desporto desde sempre. É o segundo do mundo e será um grande desafio para ele voltar ao primeiro lugar da tabela».

into the wild

com a crise que já por aqui vagueia, às vezes era bom poder fazer isto:


sábado, novembro 15, 2008

Federer e Murray.

A win over Roger Federer means almost as much as winning the Masters' Cup to me. He's the best player of all time. He's still playing great. I know I'm going to be tired tomorrow, but this match meant a lot to me.

Quando Murray, que ontem derrotou Federer, diz isto, pouco mais há a acrescentar. Um grande jogo de ténis. Federer é classe pura, espectacular e entusiasmante. Ontem, alternou momentos de enorme brilhantismo com alguns pontos menos felizes. Murray foi mais consistente e acabou por merecer a vitória. E jogou contra Federer e contra um público que massivamente apoiou o suíço. É o grande candidato à vitória final. Se recuperar das 3 horas que precisou para vencer Federer. Hoje veremos.

sexta-feira, novembro 14, 2008

Os Tokens.

Às vezes dá para isto. Nem eu sei bem porquê, mas temos ouvido esta música até à exaustão. Até já chateia. Mas aqui fica, a música oficial do quarto 1021 do Grand Swissôtel.

telegrama iii

ontem tsonga salva honra STOP vai fazer falta STOP russo "kolay" meia-final STOP hoje federer outra vez STOP precisa vencer STOP difícil STOP saudações STOP vici e santiago em xangai com "x" STOP

Serviço Público.


Fazemos uma interrupção nas notícias do ténis para, mais uma vez, prestar um serviço de profundo interesse público. Entre o New York Times e o The Economist, ainda arranjamos tempo para ler esse jornal de referência que é o "Correio da Manhã". Segundo notícia ali veiculada, parece que se realizou em Paris um concurso há muito reclamado pelos amantes do género: o concurso do melhor rabo do mundo. Ganhou a brasileira Melanie Fronckowiak, ilustre representante de uma cidade com o sugestivo nome de Pelotas. Parabéns à vencedora e que se conserve sempre com muita saudinha.

Como diria Jorge Perestrelo, é disto que o meu povo gosta... ;)

quinta-feira, novembro 13, 2008

Telegrama II.

Ontem cultura STOP Museus STOP Jardins STOP Igrejas STOP Pes a doer STOP Mais tarde classe STOP Federer STOP Ja valeu o bilhete STOP Hoje ha mais STOP E amanha tambem STOP Abreijos STOP Vici e Santiago ainda em Shanghai STOP

P.S.: A hora que vos escrevo, na votacao aqui ao lado, o "Miramar" tem 31 votos! Se não conhecesse um dos donos, ia acreditar que ha marosca... ;)

quarta-feira, novembro 12, 2008

Telegrama.

Chegamos bem STOP Ja instalados STOP Frio do caracas STOP Vimos Potro e Djokovic ganhar STOP Ontem encontramos Tsonga num bar STOP Hoje ganha Federer STOP Cumprimentos STOP Vici e Santiago desde Shanghai STOP

segunda-feira, novembro 10, 2008

SCP perde com FCP.

Ontem à noite, o SCP perdeu com o FCP. Nada de novo. O presidente do sporting queixou-se da arbitragem. Tudo na mesma. Paulo Bento aviltou Bruno Paixão. Mais do mesmo. Enfim, sempre que o SCP perde, a culpa é dos árbitros. Por esta ordem de ideias e tendo em conta que se estão sempre a queixar, é legítimo concluir que a derrota tem sido um costume leonino. Se calhar, a culpa não é só dos árbitros. Aliás, como ontem. E ainda dizem que são uma elite. Aqueles destroços humanos que aparecem nas revistas cor-de-rosa dizem o mesmo.

domingo, novembro 09, 2008

Masters.

A partir de terça-feira e até domingo, eu a mais o xô Santiago estaremos em Shanghai, a ver o Masters de Ténis. Que ganhe o Federer.


sábado, novembro 08, 2008

vitalidades

como diria um amigo e companheiro aqui do escritório, pois é, Sr. Professor Doutor, a idade não perdoa. comissário político? cacique? enfim, eu diria apenas: perdoai-lhe, Senhor, ele não sabe o que diz...

"Que grupos de militares aproveitem o ano eleitoral que se aproxima para tentar fazer passar as suas reivindicações profissionais, não é nada de surpreendente nem sequer de condenável. Mas já é inadmissível que façam pairar deliberadamente a ameaça de "actos de desespero", que em quaisquer circunstâncias seriam sempre intoleráveis. E é ainda mais lamentável que militares prestigiados corno Loureiro dos Santos ou Vasco Lourenço, ainda que fora do activo, se permitam implicitamente coonestar ou justificar tais acções, em vez de as condenar sem condições.
Insistamos no óbvio. Por mais razão que possam ter nas suas queixas e reivindicações - e isso está sujeito a demonstração -, nunca tal poderia desculpar, muito menos legitimar, qualquer acto de indisciplina nem, por maioria de razão, qualquer amotinação ou "quartelada". Numa democracia constitucional como a nossa, os militares gozam do direito de petição e de representação individual ou colectiva, através das respectivas associações profissionais. As "vias de facto", essas não podem deixar de estar liminarmente vedadas aos militares.
Num Estado democrático, as Forças Armadas obedecem a um rigoroso princípio de hierarquia e de disciplina. A resposta à indisciplina militar não pode ser a compreensão ou a complacência, mas sim o Regulamento de Disciplina Militar e, sendo caso disso, o Código de Justiça Militar. A indisciplina militar constitui uma negação qualificada do dever de subordinação. E a sua impunidade significa o fim da hierarquia e da funcionalidade das Forças Armadas, bem corno da estabilidade política do país. Não deveria haver dúvidas sobre isso, incumbindo às chefias militares o estrito dever de as afastar, caso se manifestem.
Não deixa, aliás, de ser estranho o silêncio do poder político, bem como dos partidos políticos, sobre este grave episódio, ressalvada a crítica do ministro da Defesa sobre a "politização" das queixas militares. Mas essa denúncia não veio acompanhada da necessária recusa liminar de qualquer chantagem militar sobre o poder político, nem do compromisso solene de que nenhuma indisciplina será tolerada nem ficará impune. Também não se conhece nenhuma tomada de posição do Presidente da República, por vezes tão loquaz noutras matérias, ele que é guardião das instituições republicanas e, além disso, comandante supremo das Forças Armadas, sendo consequentemente também o garante da disciplina e da autoridade nas Forças Armadas. E os partidos políticos, será que trocaram as suas responsabilidades públicas pelo oportunismo eleitoral, se não pela instrumentalização política das reivindicações corporativas da tropa?
Quanto à substância das suas reivindicações profissionais, não terão os militares razão de queixa?
No que respeita às remunerações, ninguém pode contestar que os constrangimentos e os riscos próprios da vida militar devem ter adequada compensação, mais elevada do que a de outras funções públicas sem exigências dessa natureza. Mas é bom lembrar que já existe um adicional remuneratório, a título de compensação da condição militar, e que as missões no estrangeiro beneficiam de especiais condições remuneratórias, que estão longe de poder ser consideradas despiciendas. Além disso, os militares gozam de um subsistema de saúde idêntico à ADSE - regalia de que não gozam os cidadãos em geral - e dispõem de hospitais privativos.
Sem contar com outras regalias excepcionais, como o fundo de pensões co-alimentado pelo erário público, a situação dos militares está longe de poder ser considerada como "desesperada", como pretendem os dirigentes associativos, o que só pode ser tomado como hipérbole de mau gosto, quando a crise económica faz crescer o desemprego entre nós e há quem conteste o aumento do salário mínimo para 450 euros. Haja um pouco de decência nas queixas das supostas privações e carências próprias, ignorando as desgraças alheias...
É evidente que, excluído o retorno às injustificáveis situações de privilégio anteriores em matéria de saúde e de reforma - que foram extintas, com toda a razão, no início da actual legislatura, até por serem financeiramente incomportáveis -, não é de 'afastar a melhoria relativa da condição remuneratória dos militares. Mas, se os gastos com pessoal já representam mais de 50 por cento do orçamento da defesa, essa majoração depende sempre de uma avaliação global sobre o risco de excessivas assimetrias remuneratórias e sobre as possibilidades orçamentais do país, a qual só pode competir ao poder político.
Ora, a este respeito, o mínimo que se pode dizer é que, comparativamente com outros países, Portugal gasta demasiado com a defesa (em termos de percentagem do PIB e da despesa pública). Para se poder pensar em remunerar melhor os militares, torna-se desde logo necessário racionalizar as Forças Armadas. Temos quartéis a mais, instalações a mais, serviços a mais, escolas militares a mais, hospitais militares a mais, tropas a mais e generais a mais (mais de uma centena!).
Até continua a existir um exótico Colégio Militar, à margem da rede oficial do ensino básico e secundário, como resquício de um antigo privilégio corporativo, que hoje nada justifica.
Para complicar ainda mais as finanças militares, achou-se por bem sobrecarregar o orçamento da defesa, por muitos anos, com a luxuriante aquisição dos submarinos, cortesia da troika Barroso, Portas e Ferreira Leite.
Para cumprir as suas missões constitucionais de defesa nacional, bem como os seus compromissos internacionais no âmbito da NATO e da UE, Portugal não necessita de Forças Armadas sobredimensionadas, mas sim de Forças Armadas à medida das capacidades do país, pequenas, modernas, profissionalizadas, bem equipadas e eficientes. Seria bom que, a par das suas reivindicações profissionais, os activistas militares pensassem também no país e contribuíssem para a necessária reforma das Forças Armadas.

Vital Moreira
Professor universitário
in Público
4 de Novembro de 2008"

banho turco

vá, rapaziada e raparigada, batam no ceguinho...


sexta-feira, novembro 07, 2008

para quem gosta de jola


para os amantes da loira com cabelos brancos, aqui fica uma sugestão.

quem escolheria para líder mundial?

falei-vos, aqui há uns tempos, na tese sobre o José Mourinho que foi passada a livro.
a páginas tantas aparece uma pergunta que dá que pensar:

"Está na hora de eleger um novo líder mundial. Todos têm direito a voto. Aqui estão algumas informações sobre os três candidatos:

Candidato A - Está associado à políticos corruptos, e consulta astrólogos. Já teve duas amantes. Fuma como uma chaminé e bebe de 8 a 10 martinis por dia.
Candidato B - Já foi despedido de dois empregos, costuma dormir até o meio-dia, usava ópio na universidade e bebe um quarto de uma garrafa de whisky todas as noites.
Candidato C - Ele é um herói de guerra! Condecorado. É vegetariano, não fuma, bebe uma cerveja ocasionalmente e nunca teve nenhuma relação extra conjugal.

Qual destes candidatos você escolheria?
Qual é sua resposta ?
Pensou bem?"

se tiverem tempo, a resposta está no primeiro comentário a esta posta.

com os votos de um bom fds!


Xaile.

Amanhã, dia grande da Festa da Lusofonia, quem for beber uma caipirinha e comer uma moamba ou um sarapatel, terá oportunidade de ver actuar as “Xaile". Como sempre, será no Anfiteatro das Casas-Museu da Taipa.

PSL.

Um empregado de uma fábrica de cerveja morre afogado num tonel de conservação da referida bebida. Durante as investigações, a polícia interroga um outro trabalhador que prestava serviço no local à altura do acidente. Quando questionado sobre os contornos do macabro desfecho, eis que este afirma, compungido: - Coitadinho, ainda cá veio acima 4 ou 5 vezes pedir tremoços, mas depois deixou-se ir... – Sempre que ouço esta anedota, não sei bem porquê, lembro-me de Pedro Santana Lopes.

as placas

na sequência dos protestos causados pelo despedimento de vários trabalhadores numa das concessionárias da jogatana aqui da terra, aí está a medida ansiada por todos! a partir de janeiro, os trabalhadores dos casinos vão usar uma placa a indicar a sua origem. residentes e não residentes vão ser facilmente identificáveis a olho nu. pena é que na entrada dos casinos não ponham também uma placa: este casino é explorado por uma sociedade cujos accionistas são não residentes. este por residentes. este por 50% residente. aqueloutro 10% residente. assim ficaria tudo em pratos limpos e os clientes saberiam onde estavam a pôr as suas poupanças. mas bom mesmo era que todos pudessemos usar uma placa: por exemplo os residentes não permanentes usariam uma. os permanentes outra. aqueles que vieram para Macau antes de 1999 seriam contemplados com a placa de ouro. os que chegaram depois, a de prata, e assim sucessivamente... chaparia a rodos!

áfrica, um país

a ex-candidata a vice-presidente dos eua, sarah palin, pensava que áfrica era um país.
pois é, oh palin, e a ásia também.

quinta-feira, novembro 06, 2008

Maria de Lurdes de Almeida Lemos.


"O meu quarto lembra um ninho
e o seu tecto é tão baixinho
que eu ao ir para me deitar,
abro a porta em tom discreto,
digo sempre: Senhor tecto,
por favor deixe-me entrar."

boa pinga vi

produzido com base na casta aragonez, e condimentado com as castas syrah, cabernet sauvignon e alicante bouschet. feito com uvas da quinta, situada no alto alentejo, mais precisamente em monforte, distrito de Portalegre.
segundo o sitío dos produtores, é um daqueles vinhos que pode ser consumido já ou guardado por 2 ou 3 anos. prefiro já e na nota pessoal leva 16.5.
pode ser comprado no bem-vindo ou gourmet (que pena a qualidade deste espaço estar pior) a um preço acessível.

Os putos.

A nossa língua é, seguramente, das mais ricas em expressões idiomáticas. Uma há que sempre me deixou perplexo, quiçá devido ao pervertido processo mental que lhe está subjacente. Sinónimo de facilidade, a expressão “como tirar um doce a uma criança” assume novos contornos em virtude dos conturbados tempos em que vivemos. Deixou de ser fácil. Depois do que se tem passado pelas escolas do nosso país, doravante vou passar a avaliar melhor a compleição física dos putos antes de lhes surripiar guloseimas.

fnc na Golegã

fui pela primeira vez à feira da Golegã quando tinha pouco mais de dois meses de idade. há registos fotográficos lá em casa.
até vir para Macau participei assídua e activamente nas mais variadas modalidades e provas: obstáculos, concurso completo de equitação, cross por equipas, horseball e a até concurso do traje tradicional de equitação à portuguesa contaram com a minha presença desde meados dos anos 80 até 2001, com alguns prémios dignos de registo pelo meio. naquela altura, passava o ano inteiro a pensar na feira que era o culminar de uma época desportiva e um momento de confratenização inter pares.
nos anos anteriores à minha vinda aqui para o burgo, a Feira da Golegã, apesar de nunca ter perdido o encanto daqueles que verdadeiramente gostam de cavalos, começou a ser demasiado industrial. demasiado in. passo a explicar: deixou de ser um encontro de homens de cavalos para passar a ser uma feira das vaidades. ver e ser visto era o objectivo. não raras vezes ouvia-se no largo do arneiro "ah, isto é giro, é pena é ter cavalos"! aqueles momentos inesquecíveis em que entrávamos a cavalo nos bares para pedir uma água-pé, perderam o encanto ou deixaram de existir. os bares passaram a estar demasiado cheios e agora já nem pode montar-se a cavalo depois das duas da manhã.
enfim, sinais dos tempos modernos que, ainda assim, não são capazes de aniquilar a nostalgia que sinto quando vejo notícias sobre a melhor - há dúvidas? - feira de cavalos do mundo!

del piero

ao minuto 4:25 do vídeo infra, alessandro del piero é substituído em pleno santiago barnabéu. o senhor em causa, já com mais de 30 anos, espalhou classe num dos estádios míticos do futebol mundial. marcou dois golos. o público do barnabéu , apesar da derrota, ovacionou del piero. poucos podem orgulhar-se de tamanha façanha. numa palavra: classe!

quarta-feira, novembro 05, 2008

Milu, a Luisinha do fime "O Costa do Castelo"

morreu a Milu, Luisinha no grande filme "O Costa do Castelo".

futebolices

a champions league, competição prestigiada no que ao futebol diz respeito, por vezes, surpreende. como ontem. uma equipa que veste como o celtic de glasgow, mas que não é o celtic, o de glasgow, apurou-se, surpreendentemente, digo eu, dada a qualidade superior dos adversários do grupo, pela primeira vez na sua história para os oitavos-de-final da competição. parabéns a essa equipa e ao seu treinador.
ainda ontem, quando às 5:45 balbuciava, ou tentava balbuciar umas palavras, com o sono a puxar-me cada vez mais para o vale dos lençóis, um senhor chamado hansson, sueco, premiou o "piscinero profissional", como é apelidado no jornal a marca de hoje o capitão do liverpool, assinalando um penalty contra o atlético, quando o que vi claramente visto com estes olhos que a terra há-de comer foi uma falta clara do 8.
o árbitro assistente, que induziu em erro o seu chefe de equipa, acabou por pedir desculpa a pernia, o pobre defesa esquerdo da equipa do simão sabrosa que foi abalroado pelo referido número 8 dos que equipam de encarnado.
hoje, um senhor, ex-árbitro, conhecido adepto de um clube que equipa de azul, convidado para a festa de inauguração do estádio dessa agremiação, ladrão profissional, corrupto, grande apreciador de fruta madura, responsável por roubos de igreja parecidos com o que vi ontem em anfield, invariavelmente a favor dos que equipa(va)m de azul, foi condenado a 20 meses de prisão, com pena suspensa... claro que por um jogo em que não estava envolvida a equipa de azul.

Os EUA e a esperança.

Foi em Janeiro que Obama ganhou as eleições para a presidência dos EUA. Na altura, havia perdido as primárias de New Hampshire para H. Clinton. O seu discurso - reproduzido em baixo -, pleno de eloquência e genuinidade, foi arrebatador e transformou uma batalha perdida numa dinâmica de vitória que se revelou imparável. Mostrou que ali estava um político diferente, alguém que incutia esperança no público que sofregamente sorvia as suas palavras.

Não recordo uma qualquer eleição que tenha deixado o mundo de tal forma suspenso e expectante e tenho dúvidas que tal já tenha alguma vez sucedido. Nunca um político terá sido tão desejado dentro e fora de portas. Contudo, é necessária alguma contenção. Há que refrear as expectativas. Não se deverá esperar que Obama seja um prestidigitador que faça os graves problemas mundiais desaparecer num ápice. Isso não acontecerá. Mas, após tantos anos de divórcio, os EUA voltam a representar o suporte do mundo ocidental. A esperança volta a renascer, tendo como berço aquele lado do oceano.

Obama já é presidente

Obama acaba de ser anunciado presidente dos eua na bbc.

terça-feira, novembro 04, 2008

pcp

desde há algum tempo que está instalada a cultura da consulta. é consultas para aqui, consultas para ali, consultas para acolá, consultas para acoli, comissões de estudo, gabinetes, tudo consulta minha gente e é consultado. o último sinal, que veio à estampa hoje, é a possibilidade de os cidadãos poderem dar opinião - lá está, serem consultados - sobre os processos para a concessão de terras ou de revisão de concessões já existentes. o que poderia ser uma óptima medida apenas demonstra que até daqui a aproximadamente um ano já estamos em pcp, i.e., processo de consulta permanente. até lá, consultados deste país, toca a botar faladura!

Festa da Lusofonia 2008.

Lembro-me que, quando cheguei a Quelimane, no centro-norte de Moçambique, não gostava dessa cidade destruída e ingloriamente perdida no tempo. Dessa época, também relembro o reencontro com um tipo fantástico que havia conhecido anos antes em Harare, o Jed. Quando lhe dizia que não gostava de Quelimane, ele respondia-me, naquele seu cerrado sotaque rodesiano, que eu iria mudar de opinião. Fazendo alarde das crenças que haviam pululado a sua juventude, afirmava que Quelimane tinha uma boa alma. Quando a Festa da Lusofonia chega a Macau, acto-contínuo, lembro-me das palavras do meu dilecto amigo, recordo essa boa alma.

Macau, regra geral, é sorumbática e impessoal. Não raras vezes, o contacto entre todos quantos falam português fica aquém do desejável. Porém, quando chega a dita Festa da Lusofonia, traz com ela aquilo que faz da comunhão lusófona algo de grandioso. Há alegria, confraternização, leveza e simpatia. Há uma boa alma que avassala os espíritos e tudo se parece conciliar de forma harmoniosa. Dir-me-ão que exagero. Talvez. Mas, se assim não fosse, também não tinha tanta piada... ;)

Aí está a Festa da Lusofonia 2008. Destaco Maria Barros (Cabo-Verde) e Xaile (Portugal). Podem conferir o programa completo aqui.

segunda-feira, novembro 03, 2008

Polls.

Há cerca de um mês, colocou-se aqui ao lado uma poll com a seguinte pergunta: "Quem vai ganhar as eleições nos EUA?". O resultado não oferece dúvidas. 77% dos votantes acreditam que será Obama. Desde já, o meu obrigado a todos quantos participaram na votação.

Entretanto, deixo-vos com outra sondagem (ainda que não seja esta uma ideia original, uma vez que semelhante questão já foi lançada noutros blogs aqui do burgo).

Boa semana!

Bandidos Pilha-galinhas de Negócios

o estado português nacionalizou o banco português de negócios.
vamos lá ver se consigo perceber: uns banqueiros andam a trafulhar durante vários anos. escondem operações, roubam os clientes, aproveitam-se dos depósitos, bandidam e o banco supervisor não dá por nada.
quem se lixa, como sempre, é o zé povinho que andou a alimentar a trupe de metralhas.
aqueles que pagam impostos em portugal, têm uma certeza: já são donos de mais um banco!

o mundo em mudança

durante vários séculos foram tratados como seres humanos (?) de segunda. escravizados, escorraçados, explorados. ainda hoje, muitos não engolem que alguém possa nascer com uma cor de pele ou de uma raça diferente da nossa.
ontem, um afro-britânico sagrou-se campeão do mundo de fórmula 1 numa das corridas mais emocionantes que tive o prazer de ver. e foram muitas. os meus ídolos de infância repartiam-se entre os jogadores da bola, claro, e uns senhores como allan jones, gilles villeneuve, nélson piquet e o ayrton senna. desde que este último se finou que não acompanhava quase nada da fórmula 1. ontem estive pregado ao televisor e vibrei com a vitória do Lewis (nome que homenageia o grande Carl Lewis) Hamilton.

amanhã, quarta-feira em Macau, um afro-americano vai ser presidente dos estados unidos da américa: Barack Obama.

como não consegui encontrar a música no youtube, aqui fica a letra de uma lição para estes dias:
When I was born, I was black.
When I grew up, I was black.
When I'm sick, I'm black.
When I go out in the sun, I'm black.
When I die, I'll be black.
But you; When you were born, you were pink.
When you grow up, you are white.
When you get sick, you are green.
When you go out in the sun, you are red.
When you go out in the cold, you are blue.
When you die, you turn purple.
So why do you call me colored?

2.276.632,00.

Este número quase podia ser a chave do totoloto. Mas não é. Não se trata aqui de sorte. Podia igualmente ser o contador de visitas do MACA(U)quices. Mas também não é. Isto é blogue que anda lá mais por baixo, no que ao número de visitas diz respeito. No caso em apreço, este número corresponde a uma chico-espertice saloia. Traduz o culto da manigância, da trafulhice e do despautério. O chorudo número corresponde aos euros que os administradores da SAD do Porto (Pinto da Costa, Adelino Caldeira, Reinaldo Teles e Fernando Gomes) auferiram entre 1 de Julho de 2007 e 30 de Junho de 2008. Mas, enfim, se quem lhes sustenta os vícios não se preocupa, não vou ser seguramente eu.